Que decepção!

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   O nervosismo de Gizelly ficou evidente. Ronaldo não sabia ao certo por qual motivo, mas já batia o pé a encarando ansiosa, pensando no que estava havendo. Ele olhou para o lado onde Rafa estava, mas ela havia sumido de lá. O amigo então ficou entre procurar a amiga, e ver Gizelly esticando o pescoço tentando achá-la.

- que vergonha professora! Achei que a senhora era diferente dos homens, até o Paulinho que é o rei dos galinhas, achava isso!

Ronaldo falava baixinho, os olhos acusadores, mas que pareciam divertidos com uma sombra azul brilhante enquanto Gizelly abria a boca e arregalava os olhos.

- Que história é essa, Ronalodo? Ta me estranhando? Cadê a Rafaella?

Marco pediu duas cervejas e dois refrigerantes. Não prestou atenção no papo entre Ronaldo e Gizelly. Contudo o padrinho das crianças prosseguiu:

- A Rafaella tá virada na decepção! A senhora mãe dos três bebês mais lindos do mundo, esposa da minha amiga, traindo ela na cara dura assim? Até eu choro de desgosto...

Ronaldo estava mesmo estarrecido, parecia chorar de verdade, pondo as mãos nos olhos, mas não calava a boca.

- Eu sinto por ela! Acho melhor a senhora ir embora com a sua amante, ela tá vindo pra cá. A Rafa não merece isso, a senhora deveria ter vergonha na cara.

Gizelly só negava com a cabeça. Ela nem tava levando a sério o que Ronaldo estava dizendo.

- Você só pode ta bêbado! - Exclamou a professora, passando as duas mãos no rosto.

- A senhora aparece num bar no fundo da cidade com duas mulheres e um amigo. Depois de Tooooodas as coisas que a Rafa contou. Tá preto no branco! Ver quem quer.

Gizelly outra vez balançou a cabeça. Parecia com mil coisas na ponta da língua pra falar, mas disse:

- Você e a Rafaella são amigos há anos por que são iguais. Paulinho tem razão.

Gizelly conhecia muito bem Rafaella. Começou a olhar pelos cantos, mas Ronaldo continuava sem entender toda aquela apreensão dela. Ou Gizelly era uma ótima mentirosa, sonsa e falsa. Ou ainda, tinha muitas coisas para falar.

Antes de Ronaldo continuar, as mulheres que estavam com Gizelly e Marco se aproximaram. Os chamando para a mesa e a professora buscava por onde Rafaella poderia estar. Aquela de maneira nenhuma era a Gizelly que Ronaldo estava acostumado a ver. Até o semblante estava diferente. Era evidente que ela também não esperava encontrar Rafa e o amigo ali.

Ronaldo sabia que não deveria se meter naquele assunto, mas não aguentou. Se contorcia como se o problema fosse com ele, e Gizelly sabia que aquela história ia longe.

- Espera um pouco aqui... - Afirmou Gizelly para Marco e as mulheres.

Ronaldo a seguiu. Pararam na mesa onde Rafa estava, mas havia apenas garrafinhas de cerveja que já tinham bebido. Procuraram o bar inteiro e ela não estava em lugar nenhum. Ronaldo agora se mostrava com raiva de Gizelly, que se defendeu:

- Eu quem escrevo, mas a imaginação é totalmente da Rafaella. Onde já se viu essa história de traição?

- Inclusive, ela sonhou! Ficou até falando que ia numa cartomante pra gente ver o que estava acontecendo! - Respondeu Ronaldo.

Gizelly falava, mas estava apreensiva. Revirou os olhos para o que parecia um bando de besteiras e replicou:

- Posso escrever mil histórias inspiradas na minha mulher, ainda assim ela vai me surpreender. Até imaginei a Rafaella sentada numa mesa com uma cartomante lendo baralho.

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