Aqui não é lugar

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- Que barulho! Como Alguém consegue ouvir alguma coisa aqui com esse som... A festa devia ser lá embaixo. Ronaldo? Tá aí? Ronaldo? Ronaldo? - Falava Paulinho.

O corredor principal da casa que dava acesso aos quartos estava cheio de gente. Mesmo a festa acontecendo ao lado de fora, sempre tinha pessoas circulando procurando alguma coisa. Paulinho estava chamando Ronaldo na porta do quarto onde estavam alojados. Lá estava ele com duas mulheres e dois homens no maior papo, deitado no beliche de pernas pra cima e olhos brilhando.

-... Mas é assim mesmo... A liberdade faz as coisas serem mais gostosas. Vocês deveriam experimentar...

O assunto tava tão bom que Ronaldo não viu Paulinho entrando:

- A chefinha tá na área! - Falou Paulinho.

Ronaldo demorou a entender até ele repetir:

- A chefinha tá na área! Acabou de chegar e já vi que tá puta da vida!

A cabeça de Ronaldo até bateu no beliche quando tentou levantar rapidamente.

- Ela veio?

Paulinho respondeu que sim com a cabeça. E olhando os arredores, foi instantânea a reação do rapaz.

- FORA! GENTE, FORA! Vocês precisam procurar outro quarto!

- Mas estão todos lotados. Não tem pra onde irmos!

Respondeu uma das moças com quem ele conversava.

- Não importa! Não deixamos nenhum espaço pra minha amiga, fora gente... Fora... No quarto do meio ainda tem espaço, calor humano é tudo!

Rapidamente ele começou a arrumar as coisas dos outros. Juntou tudo que via pela frente fazendo sinal pra Paulinho ajudar. Colocando as mochilas das pessoas na porta do quarto.

- Têm uma cama de casal, dois beliches. Chama o povo pra colocar esses beliches lá no outro quarto e tá tudo certo! Vamos dar fim neles, deixar a professora sem lugar pra dormir e está feito! Garanto, conheço a Rafa. Vamos lá!

Foi rápido o bastante como a forma que Ronaldo estava acelerado. Empurrando o povo pra trabalhar, arrastando os móveis pelo quarto enquanto Paulinho falava:

- Melhor mandar a Cris pedir a moça pra dar um jeito aqui na bagunça. Embora eu duvide muito que a chefinha venha ficar aqui.

- A professora vai dar um jeito de vir! Elas vão conversar. Vamos ajeitar aqui, colocar umas velas aromáticas, umas flores ali do quintal, fazer um clima...

Ronaldo era puro entusiasmo arrastando as coisas pra lá e pra cá tentando ver o que podia melhorar, enquanto Paulinho ajudava, mas não muito convencido do resultado.

- As flores podem resolver no velório, pro clima de morte que está entre as duas. - Brincou Paulinho. - Acho que não vai rolar nada.

- Vai sim! Vamos colocar um aroma afrodisíaco, verifica se as fechaduras estão funcionando! - Ronaldo estava mais apressado que nunca.

- Eu gosto muito da sua confiança!

Respondeu Paulinho esticando o lençol sobre a cama. Havia um espaço enorme no quarto, depois que os beliches agora estavam amontoados no cômodo da frente.

- O que achou? - Indagou ofegante, com as mãos na cintura olhando a cara de Paulinho.

- Pelo menos a cama é de madeira! - Respondeu o rapaz.

Os dois sorriram, mas logo a porta do quarto foi batida, era Rafaella.

- Tem gente? - Perguntou em tom baixo.

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