Minha Professora

610 51 6
                                        



   Quando Rafa entrou no quarto, Gizelly já estava vestindo a cueca e a observava falar.

- A cama quebrou. Eu não sei o que os inquilinos andavam fazendo nela, mas no primeiro dia que voltei, fui verificar tudo. Quando sentei, Desabou! Mas já comprei outra, deve estar chegando na terça feira.

Gizelly vestia-se sem pressa. Pareciam íntimas e Rafa calada permaneceu, vendo-a pentear os cabelos com uma escova de cerdas felpudas. O quarto de Gizelly cheirava a perfume amadeirado, e amaciante de roupas. Gizelly então apontou para o armário onde suas camisas estavam dobradas e empilhadas.

- Não tem roupão, eu até compraria, mas não costumo usar! Mas você pode vestir uma camisa minha para se sentir confortável. Estão limpas e cheirosas.

Rafa sorriu ao notar que ela parecia perfeccionista. O  guarda roupas obedecia à ordem de cores dos produtos. Dá mais escura, até a mais clara. Acabou pegando uma camisa amarela com a estampa de uma placa de trânsito, "Stop".

-   Bem sugestiva a camisa que você escolheu!

Gizelly disse ao vê-la se virar de costas, como se quisesse esconder. Inclinou-se olhando a bunda redondinha e espevitada dela, sem marcas de biquíni. Apertou os olhos e os pensamentos eram os mais impuros possíveis.

-   Para de olhar pra minha bunda! - Ela respondeu. - E a camisa é para você obedecer a placa e não querer me agarrar enquanto durmo. Tenho sono pesado e costumo falar dormindo. Tô dizendo pra você não se assustar.

Ao virar-se ela enrolou os cabelos num coque frouxo, puxando a camisa para baixo e Gizelly sorriu a olhando.

-   você é linda! - Afirmou Cordialmente.

-   você também é. Metida, mas muito linda!

Rafa aproximou-se de Gizelly, com a boca entreaberta. Fazendo-a imaginar as possíveis palavras que viriam em seguida e apoiando as duas mãos nos ombros da mulher, se estirou na ponta dos pés sussurrando em seu ouvido.

- Professora, eu...

Ligeiramente nervosa, Gizelly esperou algumas palavras que poderiam ser boas, mas Rafa sabia o que estava fazendo, deu um sorrisinho de lado lhe dando um beijinho no pescoço e disse:

- ...Eu estou morrendo de fome!

Foi como contar uma piada para ela. Gizelly sorriu, a abraçou com um beijo no rosto e saiu levando-a para a cozinha.

...

   Os olhos de Rafa se arregalavam a cada palavra que Gizelly dizia.

-   Pizza, bolo de chocolate, torta de abacaxi, tem uns cookies de avelã que são ótimos, quer provar?

-   Me explica aqui como você consegue manter esse corpo, da licença.

Ao levantar, Rafa a encarou e enfiou a cara na geladeira da mulher, onde observou algumas garrafas de cerveja, refrigerante e água.

-   Onde estão as frutas? Não tem nenhum legume nessa casa? Você passa os dias comendo besteiras?

-   Eu como coisas saudáveis! Na academia e na escola, mas não muito em casa. Tem geleia de frutas vermelhas, serve? Com torrada fica uma delícia!

Rafa levou a mão até a boca, sem acreditar muito na naturalidade com a qual ela falava de sua alimentação nada saudável.

- Gasto muita energia durante o dia e a noite também. Aí sabe, acabo não ganhando peso!

Retrucou, sentando e colocando uma caixa de suco em sua frente. Rafa balançou a cabeça discordando de tudo que ela dizia. Colocou dois dedos de suco no copo e só uma torrada com geleia e enquanto dava pequenas mordidas, Gizelly a observava falar:

The Teacher Onde histórias criam vida. Descubra agora