The Teacher

Quero você!

  
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   A academia começava a esvaziar depois das dez e como iria fechar, Rafa ficou andando. Observando tudo e conversando com algumas pessoas.
   Faltando dez minutos para às onze, tudo já estava vazio. O pessoal da limpeza terminava de colocar os lixos para coleta, e as funcionários das cantinas que eram as últimas a sair, se despediram.

-   Boa noite, Dona Rafaella! Até amanhã.

-   Boa noite, meninas! Até amanhã.

   Rafa começou verificando as salas de musculação, e de ginástica. Sempre olhava tudo antes de fechar e ativar os alarmes. Nas áreas principais não havia mais ninguém.
   Ela entrou no vestiário feminino. Tomou um banho não muito demorado. Colocou um short de moletom e uma blusa com a logo da academia. Deixou suas coisas trancadas no armário e calçou os chinelos.
   Ouviu um barulho vindo do vestiário masculino e imaginou que algum aluno ainda estava para sair, mas viu Gizelly saindo correndo olhando para o relógio. Até parecia que haviam combinado. Gizelly também estava com um short de moletom, camisa da academia, cabelos molhados, chinelos e óculos. Cessou a pressa ao vê-la.

-   Onze horas em ponto. Achei que ficaria presa! - Disse ela

-   Sempre verifico tudo antes de fechar. Esse risco a senhora não iria correr!

-   Senhora, senhora... Acho que voce não gosta do nome Gizelly! Minha mãe ficaria ofendida!

Rafa deu um sorriso, o clima era diferente das provocações e ironias. As duas se olhavam com os rostos vermelhos.

- Tem mais alguém aí dentro? - Rafa indagou, Gizelly balançou a cabeça negando.

-   Então podemos ir!

-   A carona ainda está de pé! 

-  Não preciso de carona. Estou de carro!

   Rafa respondeu rapidamente. As duas permaneciam se olhando fielmente. Estavam completamente sozinhas no ambiente, mas Rafa sabia que os seguranças estavam lá fora.
   Gizelly se aproximou, e Rafa começou a ficar mais intimidada. Vivia implicando e cheia de ironias, mas naquele clima, as coisas mudavam de figura.

- Vamos sair daqui. - Disse ela. - Preciso ativar os alarmes e avisar aos seguranças.

   Ela tinha um aparelho que parecia um celular pequeno por onde controlava tudo aquilo e era por ele, que os seguranças confirmavam que tudo estava de maneira regular.
   Foram caminhando lado a lado a passos lentos. Até parecia que ficaram tímidas de repente. Estavam em silêncio, Rafa começou a ativar os alarmes por setores. Na ponta da escada, ela olhou para Gizelly e afirmou:

- Você pode sair pelo estacionamento professora, vou só ao escritório pegar a minha bolsa.

Quando virou-se para subir o primeiro degrau, ela sentiu ser puxada pela mão. Gizelly não disse nada. Só a olhou como se pedisse alguma coisa bem sugestiva. Rafa sorriu ao sentir a mão quente.

- O que foi? O caminho não é difícil. Não dá pra se perder! É bem ali a saída.

- Não quer ajuda para buscar sua bolsa? E se estiver pesada?

Rafa não esboçou sorriso, só notou a mão de Gizelly a puxando um pouco mais forte, até sentir os dedos pressionando seu antebraço trazendo-a mais ainda, as mãos dela pausaram sobre o peito de Gizelly, ao mesmo tempo em que ela a trazia pela cintura. Gizelly deu só um selinho demorado em sua boca, quase a envergando completamente para trás mas foi repreendida no mesmo momento.

- Aqui tem câmeras em cada centímetro desses espaços, exceto nos vestiários e banheiros por privacidade. Aqui não é lugar, professora!

Gizelly a soltou iria a respeitar logicamente. Viu Rafa sorrir num tom meramente debochado.