Na manhã seguinte, acordei com Victoria aninhada em mim, sua respiração suave e constante aquecendo meu peito. Por um momento, fiquei ali, apreciando a sensação de tê-la tão perto, tão tranquila. Eu sabia que cada minuto com ela era precioso, mas também sabia que Victoria acordava com bastante fome, então, cuidadosamente, deslizei para fora da cama, tentando não perturbá-la.
Levantei-me devagar, observando-a se mexer um pouco, mas ela permaneceu dormindo. Sorri, satisfeita por ter conseguido me levantar sem acordá-la, e fui para a cozinha, determinada a preparar um café da manhã digno de hotel. Queria que o dia dela começasse da melhor forma possível.
Preparei tudo com cuidado: ovos mexidos, torradas, frutas frescas, suco de laranja, e até o café do jeito que ela gostava. O aroma começou a preencher a casa, e eu sabia que não demoraria muito para Victoria acordar.
Como previsto, após algum tempo, ouvi passos suaves atrás de mim. Virei-me e lá estava ela, de banho tomado, usando um blusão que era comprido o suficiente para cobrir seu corpo, mas ainda assim deixava metade de sua bunda à mostra. Meu olhar foi involuntário, uma rápida olhada que percorreu suas pernas e subiu até onde a blusa mal conseguia cobri-la.
Ela sorriu ao me ver, seus olhos brilhando com uma mistura de sono e diversão. -- Bom dia! -- Ela disse, a voz suave.
-- Bom dia! -- respondi, tentando disfarçar o fato de que havia sido pega olhando. -- Preparei um café da manhã especial para você. Sabia que você ia acordar com fome.
-- Você me conhece tão bem! -- ela respondeu, aproximando-se da mesa.
Enquanto ela se movia para pegar algo no armário, vi sua blusa levantar, expondo um pouco mais de pele. Não consegui evitar, meus olhos automaticamente seguiram o movimento. Quando ela se virou, percebi que Victoria sabia exatamente o que estava fazendo, e um sorriso travesso surgiu em seus lábios.
-- Você está me provocando, Vic! -- Soltei, tentando manter um tom de brincadeira, mas não conseguindo esconder completamente o desejo na minha voz.
Ela riu suavemente, seus olhos fixos nos meus. -- Provocando? Eu? Não sei do que você está falando.
Ela disse isso com um sorriso malicioso, como se fosse a coisa mais inocente do mundo. A forma como ela se movia, a confiança na sua postura... era impossível não me sentir atraída por cada detalhe.
-- Ah, claro! -- retruquei, rindo junto com ela. -- Então é só coincidência que essa blusa seja tão curta?
Ela se aproximou, ficando a poucos centímetros de mim. -- Eu só estava me vestindo para o café da manhã. -- respondeu com uma inocência fingida, mas seus olhos diziam outra coisa.
Eu a puxei suavemente para mais perto, sentindo seu corpo contra o meu. -- Se você continuar assim, vamos acabar não saindo da cama hoje.
Ela sorriu mais amplamente, deixando a cabeça pender levemente para o lado. -- Talvez seja exatamente isso que eu quero.
O desejo entre nós era palpável, mas antes que eu pudesse responder, ela se afastou ligeiramente, pegando a xícara de café que eu havia preparado. -- Mas primeiro, vamos comer. Você fez tudo com tanto carinho.
Eu ri, sacudindo a cabeça. -- Você realmente sabe como me deixar sem palavras.
Ela deu um gole no café, ainda com aquele sorriso brincalhão. -- E você, Nath, sabe exatamente como fazer meu dia começar da melhor maneira possível. Apesar da brincadeira e da provocação, havia algo genuíno e profundo naquele momento. Estávamos ali, juntas, sem pressa, aproveitando cada segundo do que tínhamos. E enquanto a observava saborear o café da manhã que preparei, não pude deixar de pensar em como eu era incrivelmente sortuda por tê-la ao meu lado novamente.
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Perdido ao sonho
Historical FictionQuando nos apegamos ao passado, o futuro promissor se obscurece sob o véu das lembranças, aprisionado entre os escombros do que já foi. É como se nossos sonhos, outrora radiantes e audaciosos, se perdessem na penumbra da nostalgia, enquanto nos enco...