No escuro

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A noite no iate tinha sido realmente incrível, uma pausa perfeita do caos que estava tomando conta da minha vida. O conforto e o luxo ao meu redor eram uma tentação de tranquilidade. No entanto, assim que o sol começou a nascer, eu já estava de volta à ativa.

Minha mente estava a mil por hora, e não havia tempo a perder. Levantei cedo e fui para o escritório, onde passei o dia inteiro conectando as peças do quebra-cabeça que era o caso da morte de Erick. Cada detalhe parecia crucial e, para descobrir a verdade, era necessário entender o contexto completo. Eu sabia que descobrir quem havia matado Erick era o primeiro passo para juntar as peças e descobrir os motivos por trás do crime.

Uma ideia constante martelava na minha cabeça: eu precisava encontrar Juarez no Porto. Ela era uma testemunha-chave, mas também tinha uma personalidade difícil de lidar. Para abordar Juarez, eu precisava de um plano meticuloso. No entanto, antes de ir atrás do homem, eu precisava estar absolutamente preparada.

Primeiro, minha prioridade era descobrir quem era o confidente de Erick. Esse indivíduo teria acesso a informações cruciais e poderia estar diretamente envolvido na trama que levou à sua morte. Para isso, eu precisava de uma estratégia bem elaborada:

No escritório, comecei a examinar todos os documentos relacionados a Erick — e-mails, relatórios e registros de conversas. Qualquer comunicação com pessoas próximas a ele poderia revelar pistas sobre quem era seu confidente.
Compilei uma lista das pessoas com quem Erick poderia ter frequentemente contatado. Amigos, colegas de trabalho e contatos profissionais eram os principais alvos dessa investigação.

Após ter algum progresso, o próximo passo seria o confronto direto:

Confrontar o Confidente: Com evidências suficientes, planejava uma abordagem direta ao confidente. Prepararia perguntas estratégicas e reuniria todas as provas que ligavam essa pessoa ao caso. A ideia era pressionar a pessoa a revelar o que sabia.

Independente do resultado com o confidente, meu próximo passo seria procurar o ex-advogado de Erick. Ele poderia ter informações adicionais sobre acordos legais ou clientes que poderiam ter motivos para prejudicar Erick. Uma conversa detalhada com o advogado poderia iluminar áreas ainda obscuras da investigação.

Sabendo que Juarez poderia ser uma fonte valiosa de informações, eu precisava de uma abordagem cuidadosa. Prepararia um roteiro com perguntas precisas e manteria uma postura amigável para evitar qualquer hostilidade. O objetivo seria me infiltrar e obter o máximo de informações sem criar resistência.

A tarefa era complexa e exigia uma abordagem metódica, mas cada etapa estava desenhada para levar à verdade. Com esses planos em mente, eu me senti mais confiante para seguir adiante. O tempo era essencial, e cada movimento precisava ser calculado para finalmente resolver todo esse caos que estava assustando minha família.

Depois de várias horas mergulhada no trabalho e com algumas doses de whisky para tentar clarear a mente, a porta do escritório se abriu e Ana Clara entrou. Seu olhar era de preocupação profunda e ela parecia prestes a desmoronar.

— Natália, o que você está fazendo? — Ana Clara perguntou, com um tom entre frustração e medo. — Você está bebendo demais. Eu sei que está investigando a morte de Erick e o caos ao seu redor, mas isso não é a solução.

Olhei para ela, a visão um pouco turva, mas minha determinação permanecia firme. — Eu preciso descobrir a verdade, Ana. Se eu não conseguir encontrar quem está por trás disso, Victoria pode acabar morta. Não tenho escolha.

Ana Clara se aproximou, seu olhar fixo em mim. — Você não percebe que isso está te consumindo? Não é só sobre o Erick ou a investigação. Olhe para você, Natália. Desde a separação com Victoria, você não é mais a mesma.

Perdido ao sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora