O relógio marcava nove horas quando eu e Haylley estávamos na cozinha, buscando mais bebida. Foi então que Victoria apareceu, segurando uma garrafa. Olhei para Haylley e ela riu, Victoria estava visivelmente embriagada. Dirigi-me a ela e retirei a garrafa de sua mão.-- Ei, Vi, não acha que já bebeu o suficiente? -- Afirmei carinhosamente.
-- Na verdade, já bebi bastante, mas quero mais. - disse, com as palavras meio emboladas.
-- Você já está falando arrastado, hora de parar. Victoria me encarou com uma expressão estranha e saiu correndo em direção às escadas, subindo para o banheiro do quarto. Corri rapidamente ao quarto dela e a encontrei com a cabeça apoiada no vaso sanitário, vomitando. Segurei seu cabelo.
-- Eu não te dei permissão para me ver assim. -- A loira afirmou com dificuldade.
-- Bobagem, estou aqui para cuidar de você. Não seria melhor tomar um banho gelado?
-- Não preciso de banho nenhum. - disse, se levantando abruptamente, quase caindo.
-- Você vai tomar um banho sim. Vem, eu te ajudo.
-- Você vai me dar banho? Não sou mais uma criança, só para constar.
-- Eu sei disso muito bem. Além disso, não há nada aí que eu já não tenha visto. Espere aqui, vou buscar uma toalha. Voltei com a toalha e a encontrei apoiada na parede, com os olhos fechados.
Ajudei-a a entrar debaixo do chuveiro e comecei a desabotoar seu vestido, que deslizou lentamente até o chão. Engoli em seco ao vê-la apenas de lingerie vermelha. Ela sorriu maliciosamente para mim. Liguei o chuveiro, e ela entrou na água fria. De repente, ela me puxou para debaixo da água gelada.
-- Ei, isso é trapaça!
-- Eu não ia sofrer sozinha. - disse, apoiando-se em mim.
-- Acho que não estou tão bêbada assim.
Depois do banho, ela se enxugou e eu troquei de roupa, emprestando-lhe uma das minhas blusas para que ficasse mais confortável. Acolhi-a na cama e, quando estava prestes a sair do quarto, ouvi: -- Fica!
Virei-me e me deitei ao seu lado. Ela colocou a cabeça no meu peito e eu a envolvi com carinho até que adormecesse. Quando finalmente pegou no sono, saí silenciosamente e apaguei a luz, descendo para me juntar à festa.
As luzes brilhantes da festa iluminavam o corredor enquanto eu descia do quarto, determinada a aproveitar ao máximo a noite. Meus passos ecoavam pelo corredor enquanto eu seguia em direção à sala, onde a animada roda de Verdade ou Consequência aguardava.
Ao entrar na sala, meu olhar foi imediatamente atraído para a garrafa de tequila reluzindo no centro da roda. Sem hesitar, dirigi-me até lá e peguei a garrafa com confiança. O aroma forte da tequila dançava no ar, misturando-se com a energia vibrante da festa.
Sem mais delongas, ergui a garrafa em direção aos meus lábios e tomei um gole, sentindo o calor do líquido descendo pela minha garganta. Era o início de uma noite cheia de aventuras, e eu estava pronta para aproveitar cada momento.
-- Verdade ou desafio? -- Bryan me fez a pergunta e eu apenas sorri escolhendo desafio. -- Quero que voce beije a Ana Clara! -- O loiro afirmou travesso e logo meu coração errou as batidas, eu não podia fazer aquilo.
Assim que Ana Clara escutou a resposta de Bryan, percebi a tensão em seu rosto e, sem pensar duas vezes, levantei-me e estendi a mão para ela. Com um olhar decidido, convidei-a a se afastar do grupo, em busca de cumprir o desafio proposto no jogo de Verdade ou Consequência. Ana Clara aceitou minha mão com uma expressão mista de surpresa e curiosidade, permitindo que eu a guiasse para longe das pessoas. Enquanto caminhávamos, sentia a intensidade do momento crescendo entre nós, como se estivéssemos prestes a embarcar em uma jornada emocionante e desconhecida.
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Perdido ao sonho
Historical FictionQuando nos apegamos ao passado, o futuro promissor se obscurece sob o véu das lembranças, aprisionado entre os escombros do que já foi. É como se nossos sonhos, outrora radiantes e audaciosos, se perdessem na penumbra da nostalgia, enquanto nos enco...