Cap. 5 - Aguentar.

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Emma

- Não Zayn, não podes! - Berro, abrindo a porta de casa. - Estou completamente farta das tuas merdas! Porque? Porque é que empurraste o Harry? Porra zayn! 

- Não aguentava os vossos sorrisinhos durante as aulas todas, já enjoava. Emma, não comeces com as tuas coisas, o que eu fiz é perfeitamente normal. - Fecho a porta, bruscamente. 

- Não Zayn, não é! És uma autêntica criança! - Grito-lhe na cara.

Sim, mais uma discussão. O meu dia não pode piorar, não pode! De manhã discutimos, à tarde ele empurra o meu namorado e agora... agora aqui estamos nós!

- Emma, caralho! Maldita a hora que não te deixei aqui a apodrecer! - Cospe, no mesmo tom de voz e eu petrifico.

Inspiro fundo e relembro quando ele esteve a um passo para me deixar sozinha em casa, durante duas semanas. 

- Sabes uma coisa, Zayn? - Deixo as lágrimas rolar pelo meu rosto. - Eu também sou humana, eu também sangro quando caio ao chão, eu também preciso de comer, eu também choro, eu também tenho sentimentos, eu também preciso de carinho, eu também sei fingir um sorriso, no entanto tu pareces esquecer-te completamente disso. Nunca te ataquei, nunca! Mas tu... tu apenas sabes fazer isso! Porra, eu sou apenas uma humana! Eu não consigo aguentar o teu comportamento, não consigo aguentar as tuas porras! Se calhar tens razão, devias-me deixar a apodrecer! Porque eu juro-te, ou mudas o teu comportamento e paras de me tratar como lixo, ou por mim, podes sair daqui! Prefiro ficar em pânico do que te aturar! Estou farta! Farta que me trates desta maneira, farta que tenhas entrado na minha vida e que agora, infelizmente, não te a possa retirar dela!  - Volto a pegar nas chaves e saio porta fora, indo para uma o jardim. 

Coloco a mão no meu cabelo e desvio-o umas trinta vezes, enquanto tento normalizar a minha respiração. Foda-se, estou farta! Maldita a hora que ele entrou na minha vida! Eu não dizia uma única asneira, e agora só penso em dizer umas quantas! Ele mexe comigo de uma maneira que é capaz de avariar o meu sistema nervoso e deixar-me irritada, enervada, e no momento seguinte feliz, emocionada. Eu não percebo como o faz, apenas consegue!

- Emma... - Ouço atrás de mim. 

- Se vens para me irritar, podes dar meia volta e por-te a andar! - Digo, antes que haja mais merda.

Subitamente, sinto os seus braços tocar nas minhas costas e a sua cabeça perto da minha. Retribui o abraço imediatamente. 

- Desculpa. Eu apenas não estou pronto para me separar da minha mãe, não estou pronto para ver a minha família assim. - Assinto. 

É como eu digo, num momento estava zangada, e agora... agora estou assim, confusa. Zayn é assim, capaz de controlar o sentimento de cada pessoa. E é isso que me frustra imenso. Quero gritar com ele, berrar com ele, mas basta um pedido de desculpas que eu caio logo aos seus pés. 

- Sou apenas uma pessoa. Não sou nenhum cão Zayn, não sou uma boneca de porcelana à qual possas partir quando quiseres, magoas-me. Magoas-me e muito. - Admito.

- Vou tentar ser um irmão melhor, prometo. - Virei a minha cara, e depositei-lhe um beijo na testa. - Mas se discutir, chama-me à razão, porque vai ser tão complicado habituar-me a esta nova vida.

- Tudo bem. - É tudo o que sou capaz de proferir. 

Separamo-nos do abraço e Zayn entrelaça as nossas mãos, deixando-me um pouco surpresa. A sua mão gélida na minha arrepiava-me, o seu toque era deveras suave. Zayn parecia encarregar-se de me tocar suavemente, como se tivesse medo da minha mão se partir.

- Vais à festa da universidade, precisamos de um par. - Quebra o silêncio. 

- Sim, vou. Eu sei, vou com o Harry, porquê? - A sua mão aperta a minha ligeiramente, apesar de ele ter ficado com a mesma cara. 

- Por nada Emma, apenas achei que quisesses ir comigo, somos irmãos. Mas deixa, fode-te! - Subitamente, Zayn apenas me larga a mão e... desaparece novamente. 

- Bipolar! - Berro.

"Só pode ser demente, e eu tenho de aguentar."

Não faz sentido! Pede-me para o ajudar, mas bastou dizer que ia com o Harry que amuou. Eu sabia lá que ele queria ir comigo. 

Sentei-me num banco e apreciei o jardim, enquanto pensava na minha vida. Mais uma vez, me pergunto porque o destino quis por uma pessoa tão oposta, na minha vida. As nossas personalidades chocam de uma maneira tão forte, é inexplicável. 

No entanto, apesar disso, eu sinto um amor tão forte por Zayn. Desde o momento em que a minha mãe anunciou que ia ter um irmão. Sei que ele não é nada do que eu imaginei, mas é como se fosse do meu sangue para mim. É um amor inexplicável. Sei que o Zayn verdadeiro é querido e fofo, tenho a certeza. Ele não pode ser assim. Isto é uma mascara.

Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora