Cap. 7 - Odiando o odiável.

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Emma

Senti o sol embater violentamente nos meus olhos. A minha mão, quase que, automaticamente, agarrou na almofada e tapou-me a cara. O meu sono parecia desaparecer lentamente, memórias do dia anterior vinham-me à cabeça e a réstia de moleza que ainda sentia e tinha, desvaneceu imediatamente. 

Suspirei pesadamente e coloquei a almofada onde estava, anteriormente. Com a mão direita, esfreguei os olhos e levei os meus braços até atrás da cabeça, tornando-os de suporte para esta. Os meus pensamentos voavam até Zayn. 

Antes, Harry é o meu pensamento, hora a hora, minuto a minuto. Mas agora... apenas penso no meu irmão. Apenas penso nas suas atitudes para comigo. 

Levanto ligeiramente a cabeça, deixando que uma das minhas mãos se dirigi-se até à mesinha de cabeceira e peguei no meu telemóvel. Assim que os meus olhos vêm as horas, arregalo-os e guincho, levantando-me rapidamente, e saindo da cama. 

- Zayn, foda-se, eu vou-te matar! - Berro, mesmo sabendo que ele está na universidade à pelo menos umas cinco horas! É uma da tarde, não acredito nesta porcaria! Não sei como é que ele desligou o alarme e muito menos como é que ele sabe o meu código no telemóvel, mas vai-me explicar isso muito bem quando o vir.

Vesti a primeira blusa que encontrei e as calças. No entanto, desisti de me apressar. Já estava atrasada, então qual é o problema de me atrasar mais? Fiquei cinco horas a dormir, posso ficar mais uma em casa.

Desci as escadas lentamente e fui à cozinha, onde preparei qualquer coisa para comer. Puz a mesa e só aí percebi o quanto sinto falta da minha mãe, aqui. Ao meu lado. Será que algum dia o Zayn vai estar aqui, com o Yaser, a minha mãe e eu, a rir e a conversar pacificamente? 

É um mistério.

Assim que acabei as panquecas, lavei o prato e os talheres e calcei as botas. A minha bolsa já tinha os livros de hoje, então facilitou-me o trabalho. Assim que a coloquei, a campainha tocou. 

Abri a porta. 

- Olá, somos da Galp Energia e-. - O homem trava-se a si próprio e empurra-me para dentro de casa. 

Afasto-me lentamente enquanto o vejo retirar um pano do bolso. Sinto a parede atrás de mim e sabia que estava encurralada. Vejo a faca que usei para esbarrar a Nutella nas panquecas e quando o assaltante estendeu a mão, atirei-me para o chão e levantei-me imediatamente, pegando na faca e ameaçando-o. 

O riso daquele homem fazia-me estremecer, ele gozava comigo porque esta faca não podia matar, não é uma faca de ponta. Larguei-a, a medo, e corri até ao segundo andar. O ar parecia desaparecer devido aos nervos. O meu coração dispara brutalmente a cada segundo, ameaçando sair-me do peito, o medo flui na minha pele, no meu sangue e nas minhas veias. 

Assim que alcanço o quarto do Zayn, corro para lá para dentro e fecho a porta. Tentava fecha-la o mais rapidamente possível, mas tremia por todo o lado e isso estava a dar cabo do meu sistema nervoso.

- Anda lá, roda-te merda! - Murmuro desesperada enquanto a minha mão parecia desobedecer-me. 

Tento manter a calma e coloco as mãos na minha boca e no meu nariz para respirar o mais baixo possível, evitando dar sinais de onde me escondo, se bem que, vamos ser sinceros, só existe uma casa de banho, uma arrecadação e o quarto do Zayn neste andar. 

Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora