Capítulo 67 - Sinais? Ou coincidências?

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Zayn

1 Semana depois.


Tu nunca saberás qual será a última vez que verás uma pessoa. Perdi a batalha, perdi a guerra, eu... perdi a Emma. O silêncio instalou-se pela sala faz já algum tempo. Se alguém me perguntar, não sei responder... perdi-me no tempo, buscando memórias.

Enquanto todos estão juntos e conversam sobre planos para possíveis lugares onde a minha namorada está... estou aqui eu. Sentado no sofá, no canto direito, com os fones nos ouvidos. Fones esses, que me ajudam a ignorar a voz da Emma que me atormenta na mente e me faz verter lágrimas imparáveis.

- Aquele ali podia ajudar, afinal de contas, quem devia estar mais preocupado era ele. - Apesar da música estar no máximo, pude ouvir o comentário do Harry. 

- Ele não dorme à seis dias seguidos, deixa-o estar. - Mia repreende-o.

Fixo um ponto totalmente vazio. 

- Eu não consigo. - Levanto-me, e retiro os fones. - Eu não aguento mais isto. - A minha voz, ausente de vivacidade, treme imenso.

Silêncio.

Aprendi a apreciá-lo, antigamente não conseguia estar calado, mas sinceramente, agora ele não me incomoda mais. É o silêncio, que neste momento, me faz estar aqui, ele é o meu auxiliar para aguentar esta caminhada cheia de obstáculos.

- Queres o quê, que desistamos? - A voz do Niall pronuncia-se.

- Estás mesmo a ponderar essa barbaridade? - Harry aproxima-se de mim, mas é impedido por Louis. - Um namorado não faz isso. 

- O Joseph não irá mantê-la viva, eu conheço-o. - Levo subitamente um murro com tanta força que me faz imediatamente esguichar sangue do nariz e cair estendido no sofá. 

Porém, não foi Harry, foi... foi a Mia?!

- Não vais desistir dela. Só sabemos que ela morreu quando o virmos, quando tivermos uma prova visual, idiota. - Os seus cabelos loiros andavam, ultimamente, totalmente despenteados, talvez devido ao choro constante.

A verdade é que eu me sentia culpado. Quando a Emma foi apanhar ar, no jardim, simplesmente evaporou. Sabemos que foi Joseph pois uma seringa, com um pouco de anestesia, estava caída na relva. E eu sou o culpado. Se eu tivesse ido com ela, se tivesse insistido... eu... 

- Mas Mia... - Começo.

- Mas nada! Já tomaste consciência do que estás a dizer? Ela está por aí, quem sabe a ser sujeita a diversos tipos de droga. Ela não está morta, a minha melhor amiga ainda está viva, eu sinto-o! Mas se desistirmos, seremos NÓS os cúmplices, e tu Zayn, és o maior deles, pelo facto de cruzares os braços.

- Então diz-me o que devo fazer! - Berro, fazendo-a recuar, assustada. - Tudo o que tenho feito até agora é ver mapas, olhar para as rosas e para as suas mensagens, tenho procurado por pistas e aposto que se ligarmos à policia eles nem metade do que eu fiz em seis dias farão! 

- Zayn... - Liam murmura. - Nunca te tinha visto assim...

- Posso não passar de um lixo e de um covarde, mas pelo menos enquanto tinha esperança, procurei por ela. Mas agora? Até isso morreu para mim. Toda a minha fé se desvaneceu. - Cuspo amargamente. Levanto-me do sofá e vou em direcção a uma parede, esmurrando-a violentamente. 

O sangue marca o branco neve do lugar onde eu, com toda a minha força, esmurrei. Uma parte da parede tem o meu sangue a escorrer, o sangue da minha desilusão. Desilusão essa, provocada por mim próprio, por ser incapaz de a socorrer quando ela mais precisou.

Abro a porta de casa, batendo fortemente com a mesma, assim que cheguei ao lado de fora. A chuva começava a molhar-me por completo. O meu cabelo amolecia e a tempestade em uma questão de segundos fez-me praticamente tomar banho. A luz dos trovões e o seu barulho forte não me assustam, invés disso, acalmam-me. 

Abro os braços, olhando o céu e levando com a gélida água, que mais começava a se transformar em granizo. 

- Onde estás tu, Emma? - Pergunto, sentando-me numa pedra do jardim. 

Nos momentos de aflição, dizem que se deve rezar a Deus, mas eu não sou católico... ia à igreja quando era puto, mas nem gostava... 

- Deus, olhe... - Tremia de frio com a ventania que acompanhava o pequeno granizo, que caía juntamente com a tempestade que fazia das quatro da tarde uma quase noite. - Eu queria... err... que me desse um sinal que a Emma está bem... tipo agora...?

Encarei o jardim, entristecendo. A neve falsa que coloquei para o dia de natal era levada pela chuva, e o verde do jardim voltava a reinar neste inicio de Fevereiro.

- Logo vi que era palermice. - Revirei os olhos, levantando-me da pedra. 

De súbito, um trovão aparece mesmo diante de mim. A sua luz faz-me virar a cara e se desse um passo mais, estaria acabado.

- Espera... o sinal... é este? - Arregalo os olhos, quando percebo o que havia acontecido neste momento.

Pequenos raios de sol começam a aparecer aos poucos e a tempestade amaina. Um pequeno buraco nas nuvens, feito pelo relâmpago, foi o que originou tal fenómeno. Um arco-iris aparece por momentos no céu, e o meu coração começa a pulsar violentamente. 

- Emma...  


Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora