Capítulo 122 - Decisão

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Emma

A música Oblivion passa na lista de reprodução do smartphone. Lágrimas rolam pela minha face e eu, numa tentativa absurda de me esconder do mundo, apenas me encolho mais. 

Esperei que todos adormecessem para fugir daquele lugar deprimente e pensar sobre tudo. O problema é que não escolhi o lugar apropriado para tal e a minha decisão pode ser influenciada. Estou deitada na cama do Zayn e sem forças para me levantar mais. A sua decoração vermelha e preta sempre me fascinou e agora, sem dúvida que ainda mais.

Ouço delicadamente a letra da música e só consigo pensar no quanto ela é parecida.

Só a primeira frase resume tudo o que está a acontecer... 

- When you fall asleep, with your head upon my shoulder, when you're in my arms, but you've gone somewhere deeper. - Canto, praticamente sem voz.

O Zayn adormeceu e nem eu consigo alcança-lo. Eu tento, eu corro, eu esperneio-me para me libertar do que me prende e segui-lo, mas não consigo! 

Sei que todo este stress poderá fazer mal ao bebé, todavia eu não consigo controlar. Mais do que meu namorado, Zayn é meu irmão e tudo o que eu sei fazer foi ouvir teorias de merda e esquecer-me dele. Esquecer-me do amor da minha vida.

Tudo o que passamos juntos, tudo o que vivemos foi-me apagado e eu tive uma segunda chance, uma chance de esquecer tudo e recomeçar. Invés disso, condenei-o a ele e a três possíveis fins: 

Ou ele morre sem o transplante. 

Ou a Trisha morre. 

Ou eu e o bebé morremos. 

E eu não pretendo deixar que as duas primeiras opções se concretizem. Sei que posso estar a ser injusta e egoísta por estar apenas a pensar no Zayn. Mas ele merece, mais do que tudo, viver.

A única coisa que eu não quero ter de me sujeitar... é perder o meu filho. O fruto do meu amor e do Zayn. 


... mas é necessário...

E eu sei, sei que ele não me vai perdoar, mas eu irei fazê-lo. Pelo Zayn, eu irei fazê-lo. 

Talvez seja o meu destino. Talvez tudo chegou a este rumo por uma razão. 

Observem. 

Observem com atenção.

Observem a quantidade de vezes que eu já estive para morrer. E se eu devesse estar morta? E se o meu destino fosse ter deixado este mundo e as minhas decisões estivessem apenas a adiar tal ato? E se eu estivesse a mudar a minha linha reta e a criar atalhos mais extensos e longos, fugindo do final?

Durante toda a minha vida eu vivi com medo de ser tocada, com medo de sentir, medo de ficar sozinha. 

Mas aqui estou eu. Sozinha em casa. Abraçada ao casaco do Zayn e deitada na sua cama. 

Porque foi ele. Foi ele que me fez perder o medo e matou todos os monstros do meu armário. 

Zayn Malik. O meu namorado, o meu irmão, o meu salvador...

O meu herói. 

O pai do meu filho. 

Nosso filho.

E uma vez mais... o meu herói.  

Está, então, na altura de eu ser a dele.


Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora