Step-Brother [Z.M]

Capítulo 91 - Perto do fim

Louis

O corpo frágil de Niall é avistado na entrada principal e o seu olhar sem vida vê-se a milhas. Os policias e bombeiros correm até ele. 

- Onde está o nosso colega, Shawn Powell? 

O loiro não responde, apenas continua a andar sempre em frente, praticamente como um robô, sem expressão. Apenas duas lágrimas escorrem, uma de cada lado. O nosso amigo para diante de mim, Harry e Liam. Os seus braços marcados pelo preto vivo e arrepiante erguem-se e ele pede um abraço.

- Perdi a minha melhor amiga e vi uma pessoa ser queimada viva... - Murmura ao meu ouvido, fazendo-me petrificar.

O Shawn... ele foi...? 

- O que aconteceu lá? - Pergunto, aflito. 

De súbito, o corpo do loiro desfalece diante de nós e tomba no chão, fazendo os encarregados de educação, estudantes, professores, médicos e bombeiros gritarem de susto.

Ao longe avisto April, que tinha acabado de chegar. Assim que os seus olhos pousaram no Horan, a sua expressão no rosto mudou totalmente. Ela cerrou os punhos e aproximou-se de nós, irritada.

- O que aconteceu aqui? - Pergunta, ao ver os médicos a colocarem-lhe uma máscara de oxigénio e levantarem-no numa maca.

- O Shawn sacrificou-se pelo Niall... - Harry afirma, cabisbaixo. - O teu parceiro morreu para salvar o loiro, sendo assim consumido pelas chamas...

- Mas ele não saiu com a turma? - Pergunto. - O Horan supostamente estava com a turma. 

Uma mulher aproximou-se do grupo, chorosa, e rapidamente nos explicou o sucedido:

- Ele estava connosco, mas deixou-nos para ir tentar ligar a alguém que talvez pudesse entrar lá dentro e nos salvar, entretanto a porta ficou bloqueada e eu consegui sair e chamei alguns bombeiros para o ir ajudar, mas eles disseram que as chamas estavam descontroladas demais e tinham de esperar.

- E não o impediu porquê?! - April perde o controlo.

- Eu tentei... - A mulher vira-se novamente, enquanto gagueja a mesma coisa diversas vezes, num pequeno trauma.

A policial apenas saiu da nossa beira e correu para o carro, colocou-se desconfortavelmente no banco e assim que o seu carro é ligado, ela acelera pela estrada de sirenes ligadas.

O que é que ela vai fazer?

April

A minha mão bate violentamente na mesa de Joseph, que apenas gargalha do que lhe havia contado. Eu já lhe tinha dito que queria a salvo e o que aconteceu foi exactamente o contrário. Eu estou tão arrependida de ter entrado no meio disto, a sério.

- Relaxa boneca. - Dá um gole no seu uísque. - Ele não morreu, pois não?

- Não mas podia, e era o que iria acontecer se o meu parceiro não tivesse intervido na situação e, em contrapartida, perdido a vida por ele! - Berro. 

Suspiro pesadamente, cansada disto. Eu estou a ajudar um criminoso e não aguento mais, eu não sou assim e não sei o que me deu para entrar nesta vida. Joseph matou imensas pessoas e é procurado mundialmente. 

- Quero sair. 

Um som estridente, proveniente do copo, que escorregou da mão do procurado, que caiu no chão e estilhaçou-se, é audível em eco por todo o local. 

- O quê?

- Eu na altura não tinha percebido, mas entendo agora. O meu marido morreu e essa é a dura realidade. A droga apenas me fazia esquecer isso por umas horas. - Fecho os olhos, nervosa.

Mas eles logo são abertos, assim que a mão de Joseph entra em contacto com o meu pescoço e ele me puxa para cima, arregalo-os e sinto-me a asfixiar rapidamente.

- Tens a certeza que essa é a tua escolha? - Nego com a cabeça rapidamente, lutando pela minha vida em simultâneo. - Também me pareceu. 

A sua mão larga-me e caio no meio do chão, tossindo. 

- Tenho uma tarefa para ti, a última.