Step-Brother [Z.M]

Capítulo 83 - Ideia?

Zayn

O meu sistema nervoso parece estar no limite e a minha sanidade mental encontra-se por um fio. Alguém me explica como é que em plenas onze e meia da manhã o hospital é massacrado e ninguém consegue ligar à policia! 

O corpo de Lisa é tapado e cabe-me a mim a tarefa de avisar o seu marido, o meu director da universidade. Como lhe vou dizer que para além da filha, Penny, também perdeu a mulher? Pior, como lhe vou dizer que, na realidade, ela morreu, reencontrando-se com a sua filha, desaparecida durante dezassete anos?

Ajoelho-me perdidamente no chão, colocando uma mão à cabeça. Não aguento mais, não consigo deixar a muralha sem nenhum risco, ela levou demasiadas pancadas, eu... não consigo remediar os estragos, ela quebrou-se. 

E tenho medo que não haja mais cimento para o arranjo.

- Vamos recuperá-la. - Niall senta-se perto de mim, quase que fazendo o papel da Mia no nosso grupo de amigos. 

- Não precisavas de ter vindo. - Mantenho o meu olhar no chão. - Eu só vos avisei do sucedido, não pedi que viessem. 

- Zayn. - Toca-me na mão, retirando-a da testa, e obriga-me a encará-lo. - Tu és meu amigo, a Emma uniu-nos a todos, e juntos vamos recuperá-la. Juntos somos imbatíveis.

- Só existe uma direção, um caminho até à Emma, será que vamos realmente conseguir descobri-lo, uma vez mais? - Inquiro.

- Se ficares aqui sentado a ver o alcatrão seco e sujo do chão é que não encontras um meio de achar, tenho a certeza. - Goza um pouco, fazendo-me curvar os lábios.

- O Joseph não deixou pistas de onde foi, ele tem sempre um lugar de reserva. 

- Ouve, nós vamos recuperar a Emma, e quando o fizermos, vocês vão casar imediatamente antes que algo pior vos aconteça e eu vou chatear-vos, enchendo-vos de pétalas de rosas lá na igreja. - Tenta fazer uma piada, todavia não sorti efeito em mim.

Mas espera... Ai!

- AS ROSAS! - Levanto-me do chão à velocidade da luz. - AS ROSAS, AS ROSAS, É ISSO!

Niall eleva o seu corpo confuso, contudo eu nem me dou ao trabalho de explicar, corro até April e Shawn, praticamente esbarrando neles por travar desastradamente .

- Talvez possamos achar o Joseph através das rosas, como vos disse no outro dia, elas são de dureza e espécime diferente ou adulterado. 

- Err... Zayn, as rosas são uma prova arquivada desde que voltaram das análises e a policia já não as vai usar para nada. - April informa, confusa.

- Precisamos de voltar a averiguar as rosas, talvez ele esteja escondido no local de onde eles vieram. - Dou a ideia, mas vejo os seus olhares reprovadores.

- É uma ideia, mas já não temos autorização para ter posse delas. - Shawn alerta, triste. 

- O quê? Porquê?! - Niall manifesta-se, atrás de mim. 

- Porque isso faz parte do caso anterior, então todos pensam que não haverá nenhuma ligação com este. Todas as provas pertencentes a casos antigos são arquivadas e só em casos mesmo raros é que voltam a ser tocadas e examinadas. 

- Não posso levar emprestado? - Peço, fazendo os meus dois parceiros cruzar os braços.

- Não, não podes. Isso é desobedecer às regras do departamento.

- Estaríamos talvez a salvar mais do que uma vida. O Joseph já matou muita gente, e não vai parar agora. Eu não quero saber se irei ser preso por desrespeitar as regras, eu irei parar aquele sacana. Joseph nunca mais tocará em mais ninguém. E prometo isso a mim próprio. - Viro costas, preparando-me para o golpe.

- Espera. - A voz dos dois cessa-me o passo. 

Ambos suspiram, e colocam-se ao meu lado.

- Isto é o meu trabalho à sete anos, e irei pôr em risco a minha carreira por ti, miúdo. - A voz da minha parceira soa, fazendo-me automaticamente sorrir um pouco. 

- A nossa chefe colocou a April para nós não tentarmos desrespeitar as regras, e ela vai fazer o contrário! Então ok, alinho! - Shawn mostra os dentes, todo contente. 

Niall anui com a cabeça, gostando do que ouviu. 

- Vou buscar as rosas e as respectivas análises, o Zayn vai fazer uma lista de todos os lugares com as características das mesmas e o Shawn vai fazer o que faz melhor, arranjar uma desculpa para Megan. - Dá a ordem.

Vamos ao trabalho.