Capítulo 72 - Toda a história, agora revelada

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Emma

Abro lentamente os olhos, sentindo uma moleza total no meu corpo. Após abri-los e fecha-los diversas vezes, movi dolorosamente a cabeça, vendo Joseph sentado numa mesa pequena com um homem. Ia para começar a berrar, mas após analisar o lugar em que me encontrava logo me calei. 

Eu estou na sala secreta, na minha própria casa...

- Estou a ver que a nossa hospede acordou. Não faças barulho, o Zayn está em cima de nós, shhh. - Coloca o dedo indicador na sua boca, levantando-se.

- ZAYN! - Berro imediatamente, fazendo o começar a gargalhar estupidamente.

- Querida, o teu nível de inteligência é quase tão bom quanto o da falecida loira que tu odeias. - Riu.

Espera, falecida?

- O que quer dizer com isso, seu lunático?! - Pergunto, enquanto vislumbro as algemas que tenho nas mãos e nos pés. 

- Ela falou sobre mim à policia, digamos que da próxima vez que forem ver a cela dela, ela estará com uma bala no meio da cabeça. - Desatou a bater palmas. - Fiz-te um favor, admite jovem Emma.

- Zayn, Zayn, socorro! - Começo a gritar novamente, tentando soltar-me desta porcaria. 

- É à prova de som, tal como o teu pai fez. - Caminhou até mim, colocando as suas mãos imundas no meu queixo, levantando-o. - Foi nesta mesma sala que ele abusou de ti uma e outra vez, certo? 

Viro brutalmente a cabeça, fuzilando-o com o olhar.

- Como sabe disso? - Rosno, tentando conter as lágrimas, após encarar a dura realidade. Ninguém me vai procurar na própria casa. 

- O teu pai trabalhava para mim, tal como eu já te contei. - Ele para por uns segundos. - Queres mesmo saber toda a verdade que sempre procuraste interminavelmente no teu interior?

- Se for mais um dos teus jogos psicóticos, podes esquecer. - Mordo o lábio inferior, tentando manter a calma. - Mas se existe algo que eu deva saber, começa a falar. 

- Existe tanto Emma, minha querida. - Coloca a mão na cara, caindo na risota. - Oh, Emma, toda a gente te mentiu. A tua mãe e o teu padrasto, inclusive, guardam algo de ti. Mas descansa, vais saber de tudo, e garanto-te, não te esconderei nada, meu doce.

- Explica-te. - Cuspo, cansada desta ansiedade.

- Entra, amigo. - Eleva o tom de voz.

O meu coração aperta de imediato e sinto-me sem oxigénio assim que vislumbro a pessoa que apareceu por entre o velho corredor inacessível. Toda a força que eu exercia para me tentar soltar desaparece e encontro-me agora boquiaberta.

- P-pai...? - A minha voz fica suspensa no ar. - Mas eu m-matei-te...

Não entendo, isto é surreal. Eu matei-o! Eu dei-lhe uma facada com a tesoura no peito e nos olhos... não faz sentido! Como é que ele... está vivo?

- Que má foste para o papá. - Ele diz, olhando para todos os lados, sem nunca largar aquele sorriso tarado e nojento.

Está cego.

- Padrasto. - Joseph corrige, deixando-me ainda mais confusa. - Ele é teu padrasto. O teu pai verdadeiro é Yaser, que também pode entrar para auxiliar o teu padrasto, infelizmente cego por tua causa. 

De súbito, Yaser entra pela sala e apenas me mantenho estática.

- O que se passa aqui? - Pergunto. - Isto é alguma brincadeira? É o meu subconsciente?! Estou a sonhar? 

Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora