Zayn
Encosto delicadamente a moleta no banco do lado. A cara serena e pacífica da minha namora confirma o que eu já suspeitava, Emma dorme. E bem precisa, duvido que aquele sacana a deixasse dormir. Por falar em Joseph, uma vez mais, ele conseguiu fugir. Todavia, não posso culpar a policia, não agora que estive a ver a situação deles por dentro. Recebem milhões de queixas por dia e é impossível salvar todo o mundo e focar-se apenas num caso.
Joseph fugiu, eles não podem simplesmente pegar num carro e andar até aos confins do mundo como se ele fosse o único a cometer crimes.
- Zayn... - Ouço a voz suave da minha namorad... irmã, e rapidamente pego na moleta, levantando-me a algum custo.
- Acordei-te? - Ando até à sua cama, mais parecida com uma maca.
- Sim, mas não há problemas. - Responde, sorrindo.
Ontem, vim ao seu quarto e ela imediatamente me contou tudo o que lhe aconteceu naquele lugar. Após muito discutirmos, não de uma maneira bruta mas sim de uma maneira tranquila, decidimos deixar de namorar.
Mas está-me a custar tanto aceitar que somos irmãos de sangue e que isso é, na verdade, um motivo bastante forte para não estarmos juntos.
Uma coisa é sermos meios irmãos, não é o fim do mundo nem há qualquer problema assim relevante. Mas nós somos irmãos verdadeiros, é óbvio que a coisa se complica dessa forma, por isso mesmo optamos por nos separar-mos, pelo menos temporariamente.
- O Niall deve estar a chegar ao hospital com os nossos amigos, ele foi libertado à pouco, após ter mostrado a gravação à minha chefe, Megan. - Informei a minha namo... coisa.
- Ainda bem. - Ela curva fracamente os lábios, brincando com os dedos. - A culpa foi minha, afinal de contas.
- O quê? - Sento-me junto a ela, encostando a sua cabeça no meu ombro. - Não digas isso, Em. Não é verdade.
- Eu matei o nosso pai, eu matei o meu padrasto, e ele retirou a vida à Mia, em consequência, por minha causa. - Cospe a dura realidade. - Como pode a culpa não ser minha?
- Porque não foste tu que lhe sugaste a vida, nem foste tu que premiste o gatilho sentenciando a morte daquela inocente. - Sou directo, fazendo-a estremecer.
Ela ainda não me contou a história toda da sua vida. O padrasto dela, aquele que supostamente morreu, estava lá. E algo me diz que a história do que verdadeiramente ela fez e o que aconteceu quando ela era pequena ainda não será desvendada, pelo menos, para mim.
Ainda me pergunto o verdadeiro motivo da existência daquela parte secreta, que agora não é mais secreta, da sua casa.
Emma levanta a cabeça, fitando-me atentamente.
- Porque é que a nossa vida parece um filme de terror? - Inquire, cabisbaixa.
- Se fechares todas as portas e não te aventurares no escuro sozinha, quem sabe a protagonista se salva. - Murmuro.
- Não sejas fofo, por favor, estar afastada de ti já é tortura suficiente. - Exibe uma cara debochada, fazendo-me gargalhar um pouco.
- Só te afastas se quiseres, a vida é nossa, fomos namorados antes de sabermos a verdade, e por muito que seja errado, talvez seja o certo. - Encolho os ombros.
Os olhos da minha irmã fogem dos meus olhos para os meus lábios e sei que ela me deseja, sem me aperceber, mordo o lábio, fazendo-a gemer baixinho e fechar os olhos, tentando lutar contra a vontade do seu corpo.
- Sabes? Foste tu que me mudaste, e foi por ti que o meu coração disparou apaixonado pela primeira vez. Tu esforçaste-te para me domares e conseguiste. Foste tu, Emma Malik. - Sem rodeios, sou frontal acerca do que acho da nossa relação.
Ela abre os seus olhos, queimando o meu corpo por largos segundos, que parecem eternidades. Subitamente, num movimento brusco, sinto os seus lábios colidirem com os meus e imediatamente a minha língua começa a trabalhar, indo para todos os cantos da sua cavidade bucal. Já conheço o corpo da Emma com a palma da minha mão, assim como a minha língua conhece o interior da sua boca.
- Tens razão. - Ela diz, separando-nos por pequenas fracções de segundo. - Afinal de contas, se me casar contigo, já tenho o teu nome, poupa trabalho.
Rio-me da sua parvoíce.
- Não interessa se somos irmãos, que venha o mundo para cima de nós. - Digo contra o seu ouvido, fazendo-a estremecer. - Somos felizes, e ninguém consegue derrubar dois corações unidos.
- À quase oito meses atrás, quando te mudaste para minha casa, eu achei mesmo que a tua faceta romântica não existia, mas tenho de admitir, Mister Malik, você sabe sê-lo. - Goza e ironiza, simultâneamente, fazendo-me cerrar os olhos com um sorriso torto.
- E olha lá, quando vais falar com a Lisa e dizer-lhe que a filha que ela procura, é, na verdade, tu. - Relembro, fazendo-a ficar sem expressão.
Ups.
- Eu não sei como ela vai reagir. E se eu não for o que ela espera? E se eu não for a filha que imagina?
- Ai, poupa-me. - Faço-a cruzar os braços e arquear as sobrancelhas, com a minha atitude arrogante. - Que foi? É verdade, ela conhece-te e adora-te, e tu aí toda coisa, até me mete nojo tanta insegurança.
Mulheres.
- Amo-te. - Ouço baixinho.
- Amo-te! - Berro bem alto, fazendo-a quase cair da cama abaixo, ainda se aleijando por estar ligada ao saco com soro.
- És parvo?
- Sou, por ti.
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Step-Brother [Z.M]
Fanfiction"E eu não queria acreditar, acreditar que era verdade. Acreditar que o meu maior pesadelo virasse o meu maior sonho. Acreditar, que estou totalmente, completamente, incondicionalmente, apaixonada pelo meu meio-irmão." * A vida de Emma vai mudar dras...