Capítulo 34 - Não pode ser...

97 14 0
                                    

Emma


- Não me quero sentar à frente deste anormal. - Retruquei, fingindo estar amuada.

- Também, era o que mais me faltava ter uma cabra à minha frente. - Zayn, ao dizer isto, faz a minha mãe engasgar-se na coca-cola e quase me desmancho a rir.

- Zayn, respeitinho! - Yaser praticamente rosna. 

- Eu respeito toda a gente, pena que a Emma está incluída nos animais.

- Cavalão. 

- Vaca. 

- Vou comer fora, chega, a sério! - A minha mãe levanta-se da mesa, indo ao seu quarto.

- E vocês vão ficar em casa de castigo, e sim, sem telemóveis, que é o que mais adoram! 

Yaser esticou a mão e, tanto eu como Zayn nos fingimos bastante tristes com isso. A minha mãe desceu a escada com a mala e ambos saíram de casa, apenas berrando que iríamos fazer as pazes.

Assim que a porta se fechou, tanto eu como Zayn nos rimos sem parar. 

- Mal sabem eles que nem queríamos os telemóveis para nada. - Tentei beber água, enquanto me ria bastante.

Zayn levantou-se da cadeira com um olhar malicioso e eu revirei os olhos.

- Com que então sou cavalão? 

- Se te serviu a carapuça.

Os lábios do meu irmão são cravados em meu pescoço, fecho imediatamente os olhos, perante a sensação. Um trilho de beijos é espalhado lentamente até à minha boca, porém, quando ele ia me beijar, virei a cara.

- O que foi? - Resmunga. - Chata.

- Tenho fome, e já tomaste banho comigo hoje.

- Sabes o que eu digo a isso? Piranha deslavada, sem vergonha. 

- Come o arroz e cala-te. - Ri-me.


Yaser


Olhava para o espelho, vendo aquele carro preto maldito. Desde que saímos de casa que ele ainda não desviou a sua rota. 

- Amor, que restaurante escolhemos? 

Ignorei a pergunta, e virei aleatoriamente numa rua. Pouco tempo depois, avistei o carro novamente.

- Estamos a ser seguidos. 

- O quê?

- Estamos a ser seguidos, os miúdos ficaram sozinhos em casa, temos de voltar para lá.

- E posso saber porque estamos a ser seguidos? - Grace olha para trás, assustada.

- Eu não sei! E também não sei onde estamos.

Virei na porcaria da rua aleatória e agora não faço ideia de onde me vim meter. Viro novamente à esquerda, entrando numa rua bem estreita. Acelero e respiro fundo, mantendo-me calmo. Olhei para o retrovisor e lá estava o carro, a seguir-me.

Ao olhar fixamente, percebi que a pessoa que ia no lugar de pendura, tinha uma foto do meu filho com um X vermelho na sua cara. Arregalei os olhos e pensei no pior.

- YASER, CUIDADO! - Olho novamente para a frente, batendo com o carro violentamente numa parede. 

A minha cabeça é impulsionada para a frente e bato com ela no volante. Senti um pouco de sangue escorrer pela minha cara, mas tentei ignorar isso e procurar uma saída.

A porta do carro é aberta e tanto eu como a mãe da Emma fomos puxados para o chão da rua. 

- O teu filho meteu-se com quem não devia. - O rapaz encapuçado diz. - Tu vais voltar para casa e dizer ao teu filho Zayn que ninguém deixa a vida em que ele andava e ainda se chiba à bófia. 

- A tua mulher fica connosco até o Zayn vier nos procurar. - Outro homem fala, levando a minha mulher desmaiada até ao carro. 

- Não... por favor... - Murmurei, tonto. 

- Tic, tac, tic, tac. - O outro sussurra ao meu ouvido. 



Zayn


- Pronto, coloquei tudo na máquina de lavar loiça. - Franzi a sobrancelha. - Agora estou à espera do meu beijo.

Emma coloca-se em bicos de pés e beija-me sem mais demoras. 

Voltei à sala, sentando-me no sofá e esticando os pés na mesa. Peguei numa cerveja e comecei a beber. A foto de Joseph aparece ao lado da jornalista e todo o liquido que estava na minha boca é cuspido para a frente.

- Ew, fogo, limpas tu! - Emma grita, assim que sai da cozinha.

- Anda ver esta merda, põe mais alto! 


"Joseph Alexander Rodriguez, preso à cerca de um mês atrás por tráfico de droga e abuso de adolescentes, escapou da prisão. Fontes dizem que forasteiros terão danificado o alarme, impedindo-o de tocar. Quatro policias morreram, sete vigilantes encontram-se em estado critico e um deles entrou em coma, ao tentar lutar com um dos estranhos."


Emma desligou a televisão após ouvir a reportagem até ao fim. Subitamente, a porta de entrada é aberta com brutidão por meu pai, que se encontrava a sangrar da testa.

- O que te aconteceu?! - Levantei-me rapidamente do sofá. 

- Fomos seguidos por um carro, eles querem que tu te entregues a uma merda qualquer... e levaram a mãe da Emma! 

Os olhos da Emma encontram os meus e nós os dois apenas petrificamos.





Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora