Capítulo 61 - Apaixonado de novo

77 10 1
                                    

Zayn

Eu não acreditava no amor, achava que tudo não passava de uma lamechice que apenas os velhos viviam. E aí, uma rapariga que supostamente é a minha meia-irmã desperta esse sentimento e eu, mesmo sem poder fazer nada, destruo-o. Apesar de agora acabar sozinho, percebi que todos nós temos uma alma gêmea. A chance de fazer um dueto perfeito. Quando cantei com a Emma, nos primeiros dias de aulas, percebi que a voz dela e a minha se uniam e formavam o que muitos consideram impossível: a Perfeição. Perfeição essa, com um P maiúsculo. 

Quem diria que alguém maravilhoso e verdadeiro como a Emma, se apaixonaria por alguém impiedoso e insensível como eu. O que eu sinto pela Emma não é uma farsa ou uma pequena paixoneta. O meu coração aquece só de ouvir o seu nome. 

A Emma foi-me destinada, e o que é que o Zayn faz? Invés de mandar a Penny embora, cai nas suas lindas palavras cheiras de mentira porque a sua nam--, correção, ex-namorada o fez amolecer.

- Outro copinho meu amigo! - Estendo o vazio no ar e o empregado ao balcão nega com a cabeça. - Cum'caneco caralho, mas eu tenho dinheiro.

- Já bebeste demais, não te parece? - Aconselha. - O melhor é ires embora Zayn. Não vinhas aqui à algum tempo e voltaste por uma causa terrível.

- Ao menos não levo ninguém para o andar de cima como das últimas vezes. - Revirei os olhos, ainda amuado com Derek.

- Desde que mudaste de família nunca mais vieste aqui. Passou-se alguma coisa com ela para estares assim? 

- Se me deres um copinho eu conto-te. - Desato-me a rir. Ai risos, ele a meter-se na minha vida mete tanta piada. 

- Estás todo mamado. - O loiro zomba de mim.

Rio-me ainda mais devido à palavra zombar. Zombar lembra-me zumbir e imaginar o Derek a fazer bzzzzzzz faz-me gargalhar.

- Olha, eu tenho uma loiraça da minha escola que dava para uma puta excelente naquele varão. - Aponto para a vara e quase a esmago visualmente com os dedos, numa espécie de brincadeira que fazia em criança.

- Houve uma loira que se inscreveu aqui à pouco tempo para ganhar dinheiro fácil e comprar uma coisa. - Arregalei os olhos e por momentos a minha sobriedade voltou. - Vai que não é a mesma.

- Nome?

- Só sei o primeiro. Penny. - Dou um berro e caio da cadeira rotativa, rebolando no chão a rir. 

- A PUTA É OFICIALMENTE PUTA! - Grito, sentindo até as lágrimas. 

Deus, eu não estou bem.

- Olha, fica sabendo que ela me drogou e é por causa dela que estou todo fodido. - Descaio-me e imediatamente me arrependo. Oh merda! Eu não devia contar a ninguém.

- O quê?

As pessoas deste lugar ainda me olhavam como se fosse um lunático e eu apenas permaneci no chão, esperançoso de tudo e todos me ignorarem novamente.

O meu amigo ajuda-me a levantar e leva-me imediatamente para uma zona restrita, apenas acessível pelos empregados e donos deste casino. Após andarmos por várias prateleiras cheias de álcool, avistamos uma porta. Derek abre-a rapidamente, me dando vista para a varanda onde eu já comi uma rapariga, à um ano e meio atrás, penso.

- Olha... - Sinto o vento gelado do fim do mês embater na minha cara. - Não contes a ninguém que fui drogado. Imploro-te! Se chegar aos ouvidos daquela cabra eu estou metido em problemas sérios. 

- Somos amigos à três anos, sabes que podes confiar em mim. Mas antes, conta-me lá porque estás assim tão frustrado com ela. 

Sinto o meu telemóvel vibrar e retiro-o rapidamente do bolso das calças, vendo o número da universidade no ecrã. Estranhei estarem a ligar-me se já fui expulso à mais de uma semana, mas, apesar de estar curioso com o que eles talvez pretendam, rejeitei o atendimento da chamada.

- Digamos apenas que eu fiquei totalmente apanhado por uma rapariga que tem laços fortíssimos comigo. A loira queria curtir comigo e ela estava no caminho, então essa vagabunda drogou-me e foi para a cama comigo e ao que aparenta a Emma viu. - Resumo a história toda, sentindo um aperto no peito.

Ou então é o álcool.

O meu Vodafone Smart 4 volta a dar sinal de vida e vejo o nome da minha irmã no ecrã de vidro. Atendo imediatamente, surpreso por tal atitude da sua parte.

- Zayn?

- Eu.

- Anda à escola rapidamente, a polícia está cá e o diretor quer falar contigo. Rápido!

- E porque haveria eu de fazer isso? - Respondo com a sete pedras na mão, apesar da sua voz estar estranhamente meiga e... chorosa?

- Não te ligava se não fosse importante...

Suspiro.

- Estou a caminho...

- E Zayn? - Ainda a ouço antes de desligar.

- Sim?

- Amo-te.

Gelo por completo ao ouvir a frase que outrora tanto pensei nunca mais escutar, todavia, mesmo antes de poder responder, a minha princesa desliga a chamada, deixando-me assim.

Apaixonado.

Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora