Capítulo 59 - Hello...

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Liam

Ouvia atentamente Mia, que nos tinha convocado em sua casa. Segundo a loira, ela acredita na inocência de Zayn e quer tentar juntá-lo com a Emma novamente num local romântico. 

- Podia ser na praia. - Niall dá a sugestão. - O lugar favorito da Emma é lá, sobretudo agora no inverno. 

- O lugar favorito do Zayn também é a praia, acho. - Louis encara-me, e eu assinto, dando-lhe a confirmação que ele tinha acertado.

- Que lindo. - Harry revira os olhos, levantando-se. - Desculpem mas eu não consigo. Não acredito que ele não teve culpa na porcaria que fez. Se vocês fossem amigos da Emma não os tentavam juntar. Ele já magoou a Emma e à conta disso ela acabou no hospital e perdeu uma vida dentro dela, e a seguir? O que vai acontecer a seguir? 

- O Zayn é o meu melhor amigo e mesmo assim eu duvido da inocência dele, ele poderia ter travado a Penny. - Louis levanta-se e coloca a sua mão no ombro do rapaz de olhos verdes. - Todavia, também não acredito que ele queria que isto acontecesse, devemos tentar uma vez mais juntá-los. 

O olhar do rapaz de cachos fita intensamente os olhos do meu amigo e, contrariado, assente. 

- Louis é só que... a Emma foi importante para mim, e vê-la com uma pessoa que já andou com praticamente toda a população do sexo feminino faz-me confusão. Como é que uma pessoa dessas muda?

- Chama-se amor. - O rapaz de olhos azuis curva os lábios e contagia Harry que faz o mesmo, um pouco mais discretamente.

- Eles foram feitos um para o outro. - Digo. - O Zayn nunca cantou à frente de alguém, nem mesmo à nossa frente. E lembram-se dos primeiros dias de aulas? Fez um dueto com a Emma. 

- E nem podiam tocar nos instrumentos, desrespeitaram as regras. - Horan ri. - E o pior é que a Emma é a certinha e foi ela que fez isso.

- Aqueles dois são o oposto. E eu vou começar a participar em concursos pois tenho sorte para o jogo, sempre achei que eles iam acabar juntos e acertei. Os opostos sempre se atraem.

- Mesmo quando namorava com ela? Obrigado pelo apoio. - Harry resmunga. 

- Ai amor, que sensível. - Os dois gargalham e Louis ri, igualmente, sem graça.

- Então fica a praia? - Pergunto, e todos afirmam. - Vamos preparar os detalhes.


Emma

Ouço um batuque na porta e assusto-me, acordando dos meus pensamentos, digo à pessoa que a porta estava aberta e olho para a revista que tinha na mão, voltando a ir para o meu mundo.

- Trouxe-te o almoço. - Agradeci com a cabeça à minha mãe. - Essa revista parece interessante, estás tão concentrada nela. 

- Sim, sim... - Olho para a figura alta com a bandeja na mão, desistindo da ideia de me enfiar no meu pequeno planeta. 

- Tão interessante que está ao contrário. - Arregalo um pouco os olhos, fitando as páginas imediatamente, as minhas bochechas ganham cor e eu pouso-a na mesinha de cabeceira, preparando-me para tomar a refeição do meio-dia. 

Levanto-me da cama enquanto a minha mãe está de costas e sento-me rapidamente na secretária. Assim que o seu corpo se volta para mim, a mesma faz-me um olhar de morte e cruza os braços. O acordo era eu comer na cama. Sorri-lhe o mais inocentemente que consegui e ela revirou os olhos, levando a bandeja até mim.

- Essa t-shirt não pertence, por acaso, a uma pessoa alta de vinte anos? - Olhei para o meu corpo, vendo uma camisola do meu irmão no meu corpo e fecho os olhos. Como é que isto estava no meu guarda-roupa e eu quando a vesti à bocado não reparei? Sério, que nojo! 

Ouço a minha mãe rir um pouco e abro a boca. 

- Por acaso não foste tu, pois não mãe? - Aponto-lhe o dedo. - Grace Martin Stewart, nem tente mentir para a sua filha!

- A camisola é mágica filha, prometo. - Bato-lhe com o garfo e amuo. A minha mãe devia estar do meu lado, não contra mim. - Eu pensava que ias reparar logo quando a visses, mas teres colocado logo essa camisola e nem teres reparado que era do teu ex-namorado, isso sim, é um jackpot. Superou a minha ideia inicial. 

- És a pior mãe do mundo. Não apoia a filha na separação, invés disso quer juntar o casalinho de novo para a filha ter um segundo desgosto.

- Não é nada disso. - As suas mãos tocam na minha. - Eu só não quero que faças as escolhas erradas. Querida, é tão fácil errar neste mundo. Não quero que no futuro fiques com uma pessoa que não te ame verdadeiramente ou ao contrário. Eu quando olho para ti e para o Zayn não vejo uma paixoneta, não vejo uma amizade. Sabes o que eu vejo, filha? Vejo amor. Amor do mais puro que existe. Tu és a lanterna do Zayn e ele é a tua. Vocês são a luz um do outro, acredita no que a mãe diz, olha que só a velha sabe. 

Ri um pouco, abraçando-a sem demoras. Ela faz-me sentir bem melhor. É, até agora, a única pessoa que não me faz desabar em lágrimas ou ficar rabugenta quando ouço o nome dele.

- Tu não és velha, tens cinquenta mas eu digo a todos que tens vinte, prometo. - Pisco-lhe o olho, e o som das nossas gargalhadas é como uma música doce nos meus ouvidos. 

- Assim é que é, mentir pela mãe. Em Abril quando fizer cinquenta e um, dizes a todos que fiz dezanove, entendido? - Assenti, rindo.

Pego no garfo e na faca e corto delicadamente o bife, levando-o à boca. Já me encontrava com frio, mas agora estou a gelar. 

- Ficou fria. - Resmunguei. 

- Foi a camisola mágica. - Goza e eu lanço-lhe um olhar de morte. - Ai, que agressiva para a tua própria mãe. Vou colocar no microondas, já volto. 

Suspiro, coxeando para a cama. A minha cabeça deita-se na almofada onde Zayn dormia e inalo inevitavelmente o seu cheiro perfeito. Por momentos imagino-o deitado aqui mesmo. A minha cabeça repousava no seu peito e a sua mão fazia caricias na minha bochecha. 

- Que estarás a fazer no teu quarto? - Murmuro, encarando o tecto.


Zayn

Toco guitarra e canto baixo a Hello, da Adele. Os meus dedos deslizam suavemente pelas cordas e sorrio um pouco ao perceber como a melodia estava perfeita. Antigamente, quando vivia com a minha mãe, antes de me mudar para cá pela primeira vez, cantava imensas músicas na guitarra a Safaa. Podia fazê-lo por horas e horas que nunca me cansava, tinha uma fã e isso sempre me alegrava o dia, até o mais cinzento de todos eles.

Volto à realidade e edito a letra, num impulso que costumo ter quando estou zangado ou zangado.


♫ Hello, can you hear me? 

I just wanted to tell you

that I've been betrayed, cheated  

we have fallen into the trap

The blonde has made it

there's no doubt she won.  


Suspirei, olhando para o chão. O que será que Emma está a fazer no seu quarto?



Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora