Cap. 16 - Harry!

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Emma

O meu olhar passava a pente fino o jardim enquanto pensava onde dormiria hoje. Algumas das flores estavam agora a fechar-se, o que me deixou a sorrir para o nada com as suas lindas habilidades. Sou a única estudante na universidade a estas horas, são quase vinte da noite e estou simplesmente parada neste banco de tom castanho meio esverdeado, a encarar esta pequena fonte enquanto que um gato de rua dorme no meu colo. 

O mais engraçado é que o gato apareceu-me à frente justamente quando derramei a minha primeira lágrima. Saltou para o meu colo, miou-me, e ronronou para mim. 

Os meus cabelos esvoaçavam ao vento de uma maneira suave, as minhas lágrimas voavam da minha cara e pareciam brilhar, o meu olhar parecia desfazer-se a cada uma nova memória das discussões que tivera com Zayn. 

As minhas mãos trémulas juntaram-se e colei-as ao meu peito com força, tentando aliviar a dor sufocante que sentia. 

Porquê? Porquê?! Porque é que eu estou tão afectada com as palavras do Zayn? Porque é que cada vez mais as suas palavras me magoam mais? Ao inicio ele afectou-me, mas apenas porque não me conhecia e tinha-me puxado os cabelos. Mas depois, à medida que nos fomos conhecendo, as suas palavras foram tendo um enorme impacto para mim. 

Até que chegamos a este ponto, em que um simples grito dele me faça desabar em lágrimas.

As discussões ecoam todas na minha cabeça, a minha cabeça mostra-me o antes e o depois, sendo o depois esta mudança da minha vida. E devo admitir, o quanto ela mudou. 

Ouço uma voz rouca atrás de mim e vislumbro o dono do lindo par de olhos verdes.

- Harry... - Murmuro. 

Este por sua vez cola imediatamente os nossos lábios. Fechei os olhos como sempre faço, mas imediatamente os abri. A minha barriga não tinha as tais borboletas, a minha boca inacreditavelmente não desejava a sua e eu não estava com desejo. Estava a beijá-lo por beijar pela primeira vez... 

O que se passa com o meu corpo?

- Emma? Porque paraste? 

O meu olhar dirige-se até ao gatinho no meu colo, faço-lhe pequenas festas na cabeça, com um pequeno sorriso ao ouvir o seu ronronar pelo meu gesto.

- Porque eu não sinto nada. - Respondo, secamente.

- O quê? O que foi? - A sua expressão demonstra a sua surpresa perante a minha frieza.

- Preferiste afastar-te de tudo e todos, de mim, do que ser frontal e confrontar-me, és mesmo rato. - Cuspi. 

- Eu vi o beijo e--

- Estávamos de costas. - Corto imediatamente.

- Emma, merda! Ainda existe um eu e tu, eu sei que fui idiota, mas... - Ele trava-se.

- O eu e tu morreu quando pensaste que eu era uma oferecida. - O gato levanta as orelhas e mia, fazendo-me desviar a cara para ele.

- Fudi tudo, não foi? - A sua expressão torna-se cabisbaixa.

- Pior que isso, precisei de ti e não estavas lá. - Levantei-me e coloquei o gato no meu colo, este, por sua vez, aninhou-me mais a mim, ronronando.

Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora