Emma
Os raios solares provenientes da janela que deixara acidentalmente aberta embatiam nos meus olhos. Sentia um outro corpo, bastante quente, ao meu lado. O seu braço estava apoiado na minha cintura e acabava perto do meu peito.
Entrei em pânico por uns instantes, mas memórias da noite anterior rapidamente surgem, iluminando os cantos escuros do meu cérebro. Um sorriso involuntário aparece nos meus lábios.
Queria contemplá-lo, queria apreciá-lo, tinha de o fazer.
Mudo vagarosamente de posição, tendo todo o cuidado com o seu braço. Uma vez voltada para o outro lado, encaro o meu meio-irmão a dormir profundamente. O seu peito subia e descia regularmente, num ritmo lento, suave.
- Zayn, acorda. Temos aulas à tarde. - Murmuro, devido à possível enxaqueca que ele terá, fruto das suas ações delinquentes.
- Cala-te Emma. - Ouço-o resmungar, colocando o meu urso de peluche no ouvido. - Espera... O que fazes no meu quarto? Eu já te disse para não entrares quando queres e bem te apetece. Foda-se, que irritante!
- Por acaso, estás é no meu.
Tento conter o riso, mas ver o Zayn com o meu urso de peluche cor-de-rosa é uma memória rara, não voltarei a ver algo assim novamente.
- O quê?! - Este eleva-se à velocidade da luz, mas imediatamente se arrepende da sua ação, quando esta lhe traz uma dor de cabeça enorme. - Que porra, está a latejar de caralho.
- Podias moderar o teu vocabulário, em um mês de convivência contigo, ainda não te vi calado cinco minutos sem libertares um palavrão.
- Nas aulas não digo.
- Pois não, escreves. O que vai dar ao mesmo. - Zayn coloca a sua típica cara de indignado, mas rapidamente esta se passa a assemelhar a uma mistura de dúvidas pressagias em sua mente.
- O que faço no teu quarto? - A surpresa atinge-me. O que quer ele dizer com tais palavras? Ele não se lembra que ficou tão bêbedo que tive de o rastejar até ao meu quarto, despi-lo e deitá-lo e ainda lhe dar uma estalada para ele amuar até adormecer?
Pior, ele não se lembra que... nos beijamos?
- Tu ontem bebeste demais. Trouxe-te para casa, ficamos a conversar até tu te deitares. Lembras-te disso... certo? - A minha voz falha nas últimas palavras. Esta encontrava-se agora trémula, rouca, desgastada.
Via nos olhos de Zayn o esforço que ele fazia dentro de si para se lembrar. A minha esperança estava a desvanecer no entanto eu ainda a tentava agarrar com todas as minhas forças. O Zayn tem de se lembrar, ele tem! Não se pode esquecer daquele momento. Não pode.
Os seus olhos fitam intensamente os meus, neles, Zayn procura alguma memória da noite anterior, algo para se agarrar e lembrar, mas nada surgia em sua mente. Invés disso, a sua enxaqueca aumentava gradualmente perante o esforço que ele exercia no cérebro, apenas para se lembrar.
- Mesmo assim, podes-me contar o que aconteceu ontem.
- Não aconteceu nada de importante, certamente te lembrarias se o fosse. - Atiro secamente. Forçando um sorriso em seguida. - Vou preparar o almoço. - Retiro-me antes que ele tivesse tempo de dizer algo mais.
Subo as escadas, tentando conter as lágrimas. Assim que me encontro frente a frente à divisão que tanto rezava encontrar, entro lá dentro, fechando a porta. A casa de banho. Desde pequena ela é o meu refúgio.
Deslizo pela porta, derrotada. Durante todo este tempo tentei-me mentalizar que o que sentia pelo Zayn era apenas amor de irmãos, mas aqui estou eu, a chorar por ele.
Porquê ele? Porque é que ele é meu meio-irmão ainda por cima? Zayn podia ser uma pessoa qualquer com quem me cruzara no meio rua. Mas não, ele é o meu meio-irmão, aquele que diz asneiras, é agressivo e badboy. No entanto, é aquele que me protegeu mais que uma vez, me fez rir e, acima de tudo, me salvou da morte certa, aquele que conta piadas secas e fode gajas nos cantos da escola. Aquele que fingia ser burro quando era o mais inteligente da turma.
E bolas, eu apaixonei-me por ele.
Ontem quando nos beijamos. Tudo mudou, parecia que o meu coração tinha rebentado de alegria por aquele beijo finalmente acontecer.
A vida é uma merda.
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Step-Brother [Z.M]
Fanfiction"E eu não queria acreditar, acreditar que era verdade. Acreditar que o meu maior pesadelo virasse o meu maior sonho. Acreditar, que estou totalmente, completamente, incondicionalmente, apaixonada pelo meu meio-irmão." * A vida de Emma vai mudar dras...