Cap. 13 - Não saber o que é o amor.

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Emma

Fechei a porta atrás de mim e segui lado a lado com Niall. Este, mantinha-se calado. 

Assim que viu a sua sala, despediu-se, porém prendi o seu braço antes dele bater à porta, e fiz com a cabeça para ele me seguir. O seu olhar confuso estava presente, porém ele assentiu e fomos para o corredor do lado direito, descendo degrau a degrau, vagarosamente.

- Sabes do Harry? - Perguntei, por ele não me responder no facebook e não aparecer nas aulas.

- Não. - Responde imediatamente, nervoso. 

- E o lábio, como está? - Tentei mudar de assunto, visto que o Niall sabia alguma coisa e não o queria pressionar. 

- Está bem, o teu irmão é um cabrão! - Explode, e eu arregalo os olhos. 

- Eu diria que ele é estúpido, mas ao ponto de cabrão...? - Mantenho-me incrédulo.

- Emma, eu sei que és boa pessoa e eu adoro-te, és a minha melhor amiga. Mas não acredito que o traíste! Eu não aguento mais fingir que está tudo bem, não dá! - Quê?

- Traí quem? 

- O Harry! - Aumenta ainda mais o tom de voz

- Quando?! - Aumento também.

- No dia em que lhe ligaste a pedir ajuda! Ele chegou a tua casa e tu estavas nos braços do Zayn e estavam aos beijos! - Arregalei os olhos, e senti que as escadas estavam a afastar-se umas das outras, abrindo um buraco para o qual eu cairia em segundos.

- O Zayn... beijou-me? - Mantenho a boca aberta. 

- Sim Emma, e o Harry viu tudo. Como foste capaz? - Niall cospe, visivelmente desiludido com algo que nem eu sabia.

O meu coração dispara, forma-se um nó na minha garganta e as minhas pernas tremem, fazendo-me sentar no degrau das escadas.

- Eu não acredito que ele me beijou quando estava desmaiada... - Murmuro embora eu saiba que Niall não tenha conseguido captar.

- O que foi? - Niall senta-se também, agora num tom de voz mais aconchegante e calmo.

- Eu estava desmaiada, ele usou-me como uma das suas conquistas? Ele não era capaz de beijar a sua própria irmã, ele não pode ser assim! - Puxo violentamente o cabelo para trás, vislumbrando o loiro.

- Meia-irmã Emma, todos sabemos que não és mesmo irmã dele, lembra-te. - Adverte.

- Mas que merda, Niall! Eu até posso ser meia-irmã, mas eu sinto-o como um irmão verdadeiro, e no fim calhou-me o caralho de um atrevido todo sexy e que só se arma! - Expludo e, quando revejo tudo o que disse à instantes atrás, calo-me e viro costas.

- Onde vais? 

- Para casa, não me apetece continuar aqui, farta de problemas estou eu, o Zayn chegou à minha vida e só a destabilizou. 


(...)

Zayn

Abri silenciosamente a porta de casa. O silêncio e a paz encontravam-se nela, nem um sinal dos nossos pais. Emma faltou a todas as aulas, o Niall não me disse absolutamente nada, e a minha esperança é que ela se encontre aqui. Subi lentamente a escadaria, até ficar de frente à porta do quarto da Emma. 

Inspirei fundo. 

A minha mão roda lentamente a maçaneta, abrindo a porta que eu tal ansiava por ver o seu interior, passo silenciosamente para o interior do seu quarto, vendo-a dormir suavemente. As minhas mãos empurram levemente a porta, fechando-a. 

Andava em bicos de pés e sentia-me uma bailarina, mas isso não era importante neste momento. Assim que alcanço o lado esquerdo da cama, dobro os joelhos no chão e faço-lhe leves festas no rosto. Estava mesmo preocupado com ela por ter faltado.

Emma abriu os olhos e a sua mão colidiu violentamente com a minha cara, deixando-me incrédulo. 

- Para que é que foi isso? - Pergunto num fio de voz, alguns minutos depois do quarto ter ficado em silêncio.

- Não sou como a loira e a morena, e muito menos podes sequer colocar as tuas mãos imundas no meu corpo, porque somos irmãos, seu porco! - Cada palavra saída da sua boca pareciam facas no meu peito.

- Mas que porra...? - Murmuro, ainda incrédulo com toda esta situação.

- Qual foi a tua estúpida ideia de me beijares na boca à frente do Harry, somos irmãos, e irmãos não fazem a merda que tu fizeste! - Berra. 

- Fiz respiração boca a boca, estavas a morrer! - Menti, aumentando o tom de voz.

A verdade é que nem eu sei porque lhe dei um beijo na boca, foi um impulso, sei lá. Apenas não tenho explicação para o sucedido, apenas a vi morrer e beijei-a, fazendo ao mesmo tempo respiração boca a boca, no entanto, continua a ser um beijo. 

- Entende uma coisa, eu amo o Harry, e nunca namoraria contigo, nem que não fossemos irmãos! - Admite, num tom de ameaça. 

Ergo o meu corpo, decido a discutir também.

- Imagina que estás apaixonada pelo teu irmão e ele por ti, desistirias do possível verdadeiro amor por causa da merda de uma união familiar? - Deixo as palavras escaparem por mim, onde é que eu vou buscar esses exemplos?

- Sim, desistiria. Isso nunca poderia e jamais iria acontecer. - Admite e eu cerro os punhos, indo em direção à sua porta, abri-a velozmente e encarei-a uma última vez.

- Não sabes mesmo o que é o amor. - Fecho a porta, indo em direção ao meu.

Step-Brother [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora