Emma
Havia contado tudo à mulher do director, não sei sei se ela é de confiança ou não, mas as vezes, é muito melhor desabafar com desconhecidos. E no final de contas, soube-me tão bem.
- O teu meio-irmão é problemático, afirmas? - Os seus lábios curvam-se, deixando um pequeno sorriso escapar.
- Sim, muito. - Digo, brincando com o gatinho.
- Eu não acho que seja. - Ela retira os óculos, ao fim de alguns minutos a ponderar tudo o que disse.
- Porque todos o defendem? - Reviro os olhos, mas logo peço desculpa quando volto à realidade e me lembro que é a mulher do director da escola a falar comigo.
- Querida, ninguém se acostuma a abandonar a família de um dia para o outro. Ele tinha as irmãs na outra casa, muito provavelmente amava a mãe, e então foi retirado daquele espaço. Como achas que se um menino como ele se sente? Deve estar a tentar arranjar confusões para vocês se cansarem e o mandarem embora. É perfeitamente compreensível. - O seu tom calmo e sereno fizeram-me sorrir.
Reflicto por instantes na teoria. Pode estar certa. Quando os pais estão em casa ele trata-me como uma cadela, como se fosse um animal... mas sozinhos... é diferente.
Ele mostra o seu sorriso.
- Mas isso não faz sentido. Ele é maior de idade, podia escolher ficar com a mãe. - Relembro.
- Não sabemos a história toda. - As suas mãos pousam nas minhas. - Não desistas dele. É apenas uma fase, mostra-lhe o melhor de ti. Ele deve gostar muito de ti, apenas não o quer admitir.
- Às vezes perco a vontade. - Encaro a cara do gato como um ponto fixo, onde toco no seu nariz levemente, perdida nos meus pensamentos. - Ele andava nas drogas.
- Querida, eu já andei também. - Arregalo os olhos e dou um pequeno saltinho com a surpresa.
Com tal movimento, o gato também se assusta e corre para o colo da dona, enquanto deixa um miar esganiçado escapar.
- Como assim? - Engasgo-me nas minhas próprias palavras.
- Momentos de desespero fazem-nos ter atitudes bastante erradas. Somos humanos, e como tal, falhamos. - Admite, agarrando fortemente, com uma mão, no seu medalhão de ouro.
- Entendo.
Esta mulher transmite tanta segurança, é como se estes cinco minutos com ela fossem a vida inteira, como se a conhecesse desde sempre. Os seus cabelos até me lembram os meus, fisicamente somos bastante parecidas, até. E ela parece saber muito sobre a vida.
- Emma. - Petrifico.
- Zayn? Que fazes aqui? - A surpresa atinge-me.
- Bem, hora de ir. Tomem as chaves da escola, fechem-na por mim. - A doce mulher pisca-me o olho e desaparece por entre as grades.
O silêncio reina entre nós, nenhum de nós é capaz de dizer uma única palavra. Volto-me. O pôr do sol desaparece aos poucos, lá, detrás do mar, das montanhas, das casas.
- Decidi voltar para casa. - Ele quebra o silêncio, colocando um pequeno sorriso.
- Porquê? - Deixo a pergunta escapar, e admiro-o de alto a baixo. O sol estava bem atrás do seu corpo, fazendo-o brilhar, como um Deus.
- Porque fui um merdas, Emma. - Admite. - Eu habituei-me a ti. - Murmura a última parte, com a intenção de eu não ouvir.
Tarde demais.
- És um idiota, sabes? - Gozo, abraçando-o pela primeira vez. Ele fica sem reacção, estático. Mas, no fim, cede e os seus braços finalmente se movem até às minhas costas.
- Mentirosa, eu sou é todo bom, ainda não viste o meu sucesso entre as mulheres? - Murmura, gabando-se.
- Nem comeces! - Dou-lhe uma pequena palmada no braço. - Ainda não disse que te desculpava. - Cruzo os braços, desfazendo o abraço.
- Por favor, desculpa!
- Se me comprares um gelado, logo veremos. - Tento fazer-me de durona.
- Estamos quase no outono, mas se queres ficar constipada, à vontade, um gelado para a menina Emma. - Sorriu, e eu apreciei aquele Zayn, aquele verdadeiro e divertido Zayn, pela primeira vez.
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Step-Brother [Z.M]
Фанфик"E eu não queria acreditar, acreditar que era verdade. Acreditar que o meu maior pesadelo virasse o meu maior sonho. Acreditar, que estou totalmente, completamente, incondicionalmente, apaixonada pelo meu meio-irmão." * A vida de Emma vai mudar dras...