Capítulo 87 - O final aproxima-se do começo

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Emma

Olhava para o corpo inanimado do meu namorado assustada. Faz horas, talvez até um dia, que ele se encontra aqui e ainda não deu um sinal de vida. Joseph prendeu-lhe os pés e as mãos com uma força extra, segundo o mesmo. Agora eu sei que ninguém nos vai encontrar, ficaremos aqui presos até morrermos. A Mia fez-me prometer que ia sair da passagem secreta, e bem... eu saí. Eu consegui deixar o aquele sitio e ser salva. Mas agora estou novamente encarcerada e, sem o Zayn a ajudar a policia e os meus amigos, estamos perdidos. 

Por muito que esteja ao lado de Zayn, eu não quero morrer assim. Eu quero deixar este mundo com cem anos, dois filhos e quem sabe dois netos, quero partir de velhice, não com uma droga injectada no meu pescoço ou uma bala na cabeça. 

- Zayn. - Chamo, decidida a acordá-lo. 

Sem resposta. 

- Não pares de brilhar, nem mesmo no escuro, por favor. - Sussurro, para o nosso raptor, que se encontra na porta ao lado, não me ouvir. - Tu e eu nascemos de uma pequena luz e por alguma razão nos conhecemos tão cedo. A nossa história não vai acabar aqui, connosco derrotados e perdidos, este não é o nosso destino. Não é o que Deus traçou para nós.

Suspiro pesadamente.

- Tu e eu vamos sair daqui, eu prometo-te. - O meu sangue fervilha quando dou a certeza de algo que não depende de mim. 

- Confio em ti. - Uma voz completamente exausta e cansada faz-se soar, um pequeno sorriso surge nos meus lábios e começo a chorar desalmadamente, por finalmente ver uma reacção da parte do meu irmão. - Estou tão dormente... 

- Ele drogou-te, Zayn.

- Se eu me soltar, oh Emma, eu juro que nos tiro daqui e acabo com ele. - Fecho os olhos, incerta de que será esse o fim. 

Fecho os olhos, desejando ter o poder de mudar tudo, o poder para mudar todo um passado, medir as consequências e quem sabe remediar algumas coisas. Se eu nunca tivesse aparecido na sua vida... quem sabe ele neste momento estivesse a vender droga e a odiar o pai, mas pelo menos não estaria aqui. Nem mesmo eu. Yaser nunca descobriria a verdade, assim como eu, Emma.

Apesar do meu nome verdadeiro ser Evelyn Malik, eu identifico-me mais com o nome Emma. Foi com o meu nome que eu me descobri a mim mesma, foi com esse nome que me tornei a pessoa casmurra, sensível mas teimosa, brincalhona e de ideias fixas que sou hoje.

Mas não sei se no final de toda esta história, eu serei a mesma Emma do capítulo 1. 

- Em que pensas? - A voz do meu irmão espalha-se pelo local, desaparecendo num pequeno eco. 

- Penso no fim desta história, eu sinto que estamos a chegar ao fim, mas que ao mesmo tempo, será só um inicio. - Admito, deixando o meu coração escolher as palavras.

- Meio-termo, Emma. 

- O quê?

- Quando as coisas estão bastante felizes numa história, tendem a piorar significativamente num capítulo seguinte. - Lembro-me da explicação da professora nas aulas de português e, ao mesmo tempo, acabo com ele a frase. - Mas aí tudo volta a um meio-termo, onde não há mau nem bom, apenas acontecimentos normais.


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