Step-Brother [Z.M]

Capítulo 49 - Prisão.

Penny

Coloco o meu batom cor-de-rosa nos meus lábios. Ajeito e cuido do meu cabelo loiro, piscando o olho a mim própria. O que posso dizer? Sou naturalmente perfeita. E ainda dizem que Deus não criou a perfeição, risos. 

Assim que deixo a casa de banho feminina vejo a Emma a correr em direção ao Zayn, olhando para ele com um olhar preocupado. Até parece que não se viram nas férias e no ano novo. 

Um sorriso malicioso surge-me no rosto e ando sensualmente na direcção do grupinho. Nada mudou neles, o Horan come, o Styles come a Adams, o Tomlinson fala com o Payne e os irmãos fazem pouca vergonha, e depois a porca sou eu.

- Vai haver merda. - Ouço Liam advertir e curvo ainda mais os lábios.

- Lá vem o rabo de saias. - Ouço Emma grunhir, revirando os olhos e fazendo uma careta um tanto desgostosa.

- Que agressividade logo no primeiro dia de aulas. - Digo, tocando de leve no ombro de Zayn. - Como foram as tuas férias, querido? 

- Queres levar um murro na cara para descobrires? Tenho uma energia negativa aqui guardada e adoraria descarregar em ti.

- Podes descarregar aqui embaixo. - Murmuro aos ouvidos do rapaz.

Subitamente sinto a mão da Emma colidir na minha cara. Arregalo os olhos, surpresa. Abro a boca, ainda incrédula com o que ela havia feito. Ai que temos o caldo entornado. A vaca anda-se a meter com o fogo.

- Fecha as pernas que uma mosca ainda se aproveita desse teu estado desesperado. - A namorada do Harry sussurra, fazendo todo o grupo rir. 

- Até a minha melhor amiga ganha latim para te enfrentar. 

Cerro as mãos, irritada. Estou saturada desta tipa. 

- E se aprendesses a ser gente civilizada? - Zayn  pergunta. - Tu deves ter mesmo algum trauma para seres tão mesquinha, a sério. 

Lembro-me da maneira como minha família me trata e tento conter as lágrimas. 

- Desiste do Zayn, só sabes andar mesmo atrás dos namorados dos outros, a sério. - Niall dá um passo à frente. 

- Eu não vou desistir daquilo que já foi meu. - Recomponho-me, irritada. 

- Mas tu disseste bem, foi teu. 

- Ainda bem que percebeste, Emma.

- Esta não sabe o tempo dos verbos, meu Deus. - Vejo Zayn colocar a mão à testa, provocando um riso geral ao qual eu não percebi minimamente.

- Por quem me tomam? - Faço-me de surpresa.

- Olha, amiga, tomamos-te  por uma cabra. - Niall, sujo com o queque de chocolate, revela, sem qualquer hesitação, o que nutre por mim.

- Não diria melhor rótulo. - Louis engasga-se a beber água, e eu apenas o olho de lado.

- Hahahaha. - Cuspo o riso rudemente. - Cuidado com o que dizes e desejas, sou uma bruxa e o feitiço pode se virar contra o feiticeiro. Dás com o Zayn como garantido, mas devias olhar para a tua sombra minúscula comparada com a minha, ele ainda vai acabar na cama comigo. E querido Louis, pelo menos eu tenho dignidade.

- Não mintas para ti mesma! - Payne e Tomlinson praticamente berram, simultâneamente.

- As pequenas são as preferidas do Zayn, sabias? 

O grupo inteiro desata as gargalhadas. Oh, a miúda está a pedir para levar um estalo! A sério, pirralha! O que é que aquele macho vê nela? O quê?!

- Vou fazer queixinhas à tua mãe. - Cuspo, sem hesitações.

- Ó criança, eles já sabem, não te preocupes. A coisa correu mal, mas como podes ver, apesar de não vivermos na mesma casa, estamos juntos. 

Viro costas, abrindo a boca. Um plano surge-me subitamente na mente e apesar deles ficarem provavelmente a pensar que eu saí como uma derrotada, eu talvez tenha o plano mais perfeito da minha vida. Oh Zemma, o vosso shipp está a um passo de acabar. 

Emma

Abraço o Zayn sem esperar mais. Os seus braços fortes envolvem-me com toda a ternura possível e sinto-o a tremer. O resto das minhas férias foram uma angústia sem ele. Lembrei-me dos presentes que tinha na minha pasta.

- Nenhum de vocês abriu os presentes que comprei para todos, então trouxe-os para a escola hoje. - Admito, fazendo todos curvar os lábios. 

- O Yaser expulsou-nos de lá com uma vassoura, foi bem louco. - Nini come uma batata, enquanto o dizia. - Eu fugi com o teu bolo de laranja, desculpa. 

- Nunca mais te vou perdoar. - Cruzo os braços. - Levavas o de chocolate, sabes muito bem que prefiro o de laranja. 

O Horan apenas colocou as mãos em sinal de rendição, gargalhando de seguida. Levei todos até à nossa sala de aula, constatando que estava vazia. Peguei em todos os presentes, colocando-os em cima da minha secretária. 

- Hoje é natal outra vez, que bom. - Mia coloca os braços no ar, assimilando-se a uma criança.

A porta da sala é aberta quanto todos íamos abrir os presentes. Vejo o meu padrasto com o director da escola. Arregalo os olhos, largando a minha mão da cintura do Zayn. 

- Emma, pode ir para casa hoje. 

- Eu dispenso senhor diretor, obrigada. 

- Querida, a sério, devia ir. Toda a gente gosta deste tipo de oportunidades.

- Eu adoro estudar, portanto recuso. Mas muitíssimo obrigada por pensar em mim para faltar às aulas.

- Pega na porcaria da tua pasta e anda-te embora, se não vou aí e puxo-te pelo braço! - Yaser intervém, saturado da minha negação.

- Pai, tu és simplesmente irritante. - Zayn coloca-se à minha frente. 

- Vai dar treta da grossa. - Louis sussurra.

- Olhe, eu não quero ser desmancha prazeres, mas íamos ter um momento natalício aqui, para não falar que tivemos uma discussão à pouco com a cabra cá da escola. Então dão-nos licença, meus senhores? - O loiro pede com jeitinho, de uma maneira bastante irónica. - É que somos pessoas muito ocupadas, podiam marcar uma horinha na agenda?

- Quando comes ficas com uma enorme coragem para responder, passei a gostar mais de ti. 

- Obrigado, Tomlinson. 

- Vocês só podem estar a gozar com a minha cara. - O meu padrasto grita, furioso.

De súbito, a minha mão é presa por Yaser que me arrasta para fora da sala. Contorço-me para tentar me libertar, sem sucesso. 

- Eu quero estar com o seu filho, por favor. Você já nos fez a vida negra ao nos separar! Por favor, deixe-me estar com ele! - Mordo o lábio para não chorar.

Ele apenas me ignora, continuando o seu caminho. Passo pela loira oxigenada, vendo-a sorrir maliciosamente. Uma lágrima escorre-me pela face, até tocar no chão. 

A minha vida virou uma prisão.