Emma
Caminhava lentamente pelo vasto corredor do hospital. A bata branca e viscosa do mesmo parece colar-se ao meu corpo, deixando-me totalmente desconfortável. A passos largos, procuro pelo gabinete da psicóloga, Lisa. A minha verdadeira mãe.
Tem sido tão difícil assimilar as mudanças na minha vida. Descobrir que namoro, na realidade, com um irmão de sangue e que isso faz das irmãs do Zayn também minhas, torna-se um pouco complexo demais para se poder digerir.
Desde que era pequena, sempre quis um irmão, mas sento totalmente verdadeira para comigo mesma, neste momento, agora, apenas quero um namorado e ser filha única. Não é nada contra Safaa e suas irmãs, muito pelo contrário, elas são todas bastante simpáticas e divertidas, mas havia tanta simplicidade na minha vida, era apenas eu e minha mãe.
Mas tudo muda, tudo e todos.
Cesso o passo, contemplando a porta castanha clara desgastada, onde a cor já não predomina em algumas partes. A minha mão roda a maçaneta de bastante ferrugem e após a porta ranger um pouco, visualizo, por fim, a pessoa que pretendia. Lisa preenchia papelada rapidamente, levado a sua mão esquerda com a caneta à testa húmida, de suor.
O trabalho é tanto que ela enruga a mesma, ao mesmo tempo que expressa o seu cansaço, realizando expressões faciais esquisitas. Os seus olhos deslizam pelo papel à velocidade da luz.
Não tenho coragem de me prenunciar. Mantenho as minhas mãos juntas, encostadas ao inicio das minhas pernas, vislumbrando-a por completo.
A sua cabeça sobe para cima e ela dá um pulo na cadeira giratória preta, assustando-se com a minha figura.
- Ai, Emma! - Reclama, enchendo as suas bochechas de ar. - Eu tenho problemas cardiovasculares, sabias?
Largo um pequeno sorriso que se escapuliu pelos meus lábios, mas não me movo. Invés disso, apenas cravo o meu olhar na mulher forte e determinada que está diante de mim. Fisicamente ela é parecida comigo, mas somos iguais psicologicamente parecidas, o que é assombroso.
- Eu preciso de falar consigo. - Comunico. - Algo bem sério.
A sua caneta azul é delicadamente pousada sobre a mesa, e as suas mãos unem-se, preenchendo os espaços largos entre si. Lisa continua a transmitir a sua ternura e amabilidade, pelo simples facto de nunca deixar de curvar os seus lábios rosados.
Retiro a fotografia do bolso branco, de quando tinha cinco meses, e entrego à minha progenitora.
O seu sorriso desmancha-se e as suas rugas parecem desaparecer, quando enxerga o bebé do retrato.
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Step-Brother [Z.M]
Fanfiction"E eu não queria acreditar, acreditar que era verdade. Acreditar que o meu maior pesadelo virasse o meu maior sonho. Acreditar, que estou totalmente, completamente, incondicionalmente, apaixonada pelo meu meio-irmão." * A vida de Emma vai mudar dras...