Capitulo 3

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Com exatamente sete meses de gestação, Lauany é levada as presas para a maternidade mais próxima que não era nada próxima. A Mansão era bem afastada da cidade,  muito chão até chegar ao destino desejado, resultando a um parto sofrido e da maneira que pode ser. Dentro de um carro, no meio do nada, sobre a luz apenas da enorme e iluminada Lua.
Foi tudo muito difícil, desesperador. Lauany gritava por qualquer droga que anestesiasse sua dor. Donatto sabia muito bem o que estava fazendo, ele ficou ali parado no meio da estrada, no nada, esperando que ela morresse com seu bebê. Ele não fez nada além de assistir a criança sair sozinha e o último suspiro de Lauany dizendo:

- Pazunis, ela é sua. A ti entrego o único brilho que de mim restou. – ela não conseguiu resistir ao parto difícil, debilitada como se encontrava. Com os olhos arregalados e marejados olhando fixamente para o luar, Lauany morre.

Levou uns minutos para que Donatto voltasse a "realidade" e pegasse a criança do tapete do carro ainda grudada ao cordão umbilical da mãe. Colocou-a no colo da mãe morta e seguiu caminho a maternidade onde poderiam terminar o que não foi feito.

Claro, ele podia se livrar do corpo das duas, afinal ninguém iria notar, numa cidade pequena, onde ele se achava praticamente o dono de tudo por ter muito dinheiro e ela sendo puta tão pouco, mas enfim, algo nos olhos daquela criança brilhou e o enfeitiçou, sua respiração fraca o fez querer que ela vivesse perto dele.

Chegando ao local teve todo um processo de perguntas, de espanto e por fim de tristeza pela tragédia. Todos acreditaram na cena exemplar de Donatto. Grande fingido!

Alegou ser pai da criança e que sua esposa entrou em trabalho de parto antes do esperado, não dando tempo chegar à maternidade mesmo com toda velocidade. Fingiu chorar, dramatizou um parto feito por ele. Afinal, ninguém conhecia o rosto de Lauany, por isso a mansão é chamada Mistério de Mulher. Todas são fantasiadas e mascaradas. Ele chorou ao corpo da esposa de araque e no fim todos os termos e documentos foram assinados. A criança ficou uns dias na incubadora, era muito pequena, raquítica, mas já tinha um brilho no olhar que fascinou Donatto. Numa noite de Luar ela foi liberada. Ele a levou para casa, uma menina, em seu pulso havia uma pulseirinha com o nome Lua.

E assim ficou.

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