Capítulo 49

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Lua chorava alto, tal revelação foi mais dolorosa que uma facada em pele humana. Agora ela sabia que tudo e todos sofreram por avareza e vaidade de sua mãe.
Olhou para Donatto ali tão forte e tão fraco ao mesmo tempo, tentando entende-la e ampara-lá.
Ela agarrou-se forte a ele e agora mais do que nunca começava entender muitos comportamentos dele, tão inconstante.

- Senhor acho que ela está tendo uma crise, vamos leva-la ao quarto onde eu possa administrar algum calmante.

Donatto não sabia ao certo o que Lua acabara de descobrir, mais sofria junto agarrado a ela. Ele mais do que ninguém compreendia o que era se decepcionar com alguém.

Ana queria ser útil, tentava mostrar que estava ali para ajudar, mais parecia estar invisível. Os dois abraçados pareciam compactuar com a mesma dor. Tal dor que poderia atingir ate os mais distantes e desavisados só em olhar para eles.

Os segundos que se sucederam foram os mais difíceis para Donatto e o mais impactante para Lua.
Juntos estavam num transe. Colados Lua retornava com sua missão em conhecer realmente o que sucedeu em Pazunis e Donatto em tal conexão pôde assistir o que ele lutou a anos para esquecer. Estava diante de um déjà vu.

{ Pazunis - Anos Atrás }

Donatto era um menino-homem. Amadureceu rápido, mais seu coração continuava leve como de um garoto. Nunca se viu mais nobre, seu caráter era inquestionável. Era dessas pessoas raras que você consegue confiar algo importante de olhos vendados.
Mesmo com tantas lembranças amargas, ele era grato por sua Mãe, seu pai, seu irmão, sua Ama, por seu lar e principalmente por Niele. Ela era para ele uma especie de Talismã. Era algo que o induzia a acreditar no bem, no perdão, na felicidade. O sorriso dela era uma canção para seus ouvidos, seus olhos refletiam luzes como as estrelas no céu. E Niele era principalmente alguem que ele fazia questão em nunca decepcionar.

Batidas a porta fizeram Donatto despertar de seus pensamentos intrigantes.

- Esta aberta.

Niele pôs a cabeça na brecha da porta e sorriu meiga.

- Posso entrar ?

Donatto rapidamente levantou-se da cama. Estava ainda com sua calça comprida, porém já havia despido seu calçado e camisa.
Aproximou-se da porta e abriu meia passagem.

- Aconteceu algo Doçura ?

- Queria conversar, se puder.

Falou baixo mordendo o lábio.

Ele olhou para si descamisado;

- Não acho certo uma dama como você entrar em meu quarto com essas vestes incompletas. Um minuto que vou colocar algo mais apropriado.

- Será breve!

Ela adentrou o quarto sem esperar consentimento.

Ele ficava feito um menino bobo perto dela, não sabia bem como se comportar com medo que alguma palavra ou reação errada a machucasse. Mais jamais diria não para ela.
Sendo assim fechou a porta e tentou não parecer nervoso. Encostou-se a porta e fixou olhar nela .

Ela lhe devolveu o olhar, mais não pode evitar de abaixar os olhos e admirar seu amado, incrivelmente perfeito.

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