Lua cresceu e se tornou uma mulher fascinante. Ela era muito diferente das mulheres que qualquer homem por aqui já tivesse visto. Tinha 1,70 de altura, pele branca, mas bronzeada ao natural, cabelos de tamanho médio em cor de mel, olhos azuis e lábios carnudos. Um corpo perfeito, magra, mas com todas as curvas no lugar exato. E com tudo isso ainda vinha sua doçura que fazia enlouquecer mais ainda a quem a visse.
Ao completar 18 anos Lua recebeu um presente junto com seu café da manhã. O presente...
Em cima da sua escrivaninha havia um livro e ao lado dele uma carta. Lua aproximou-se cautelosa, admirou o livro e em seguida abriu o envelope. A carta tinha uma escrita embaralhada e fascinante, suas letras eram tipo o pó mágico que sai das asas da TinkerBell . Ao olhar para a linha da frase, as letras se juntavam formando o texto. Lua sabia ler e escrever perfeitamente graças a Ama, tão velhinha e bondosa, mesmo com tanto medo de Donatto se arriscava e ajudava em tudo que pudesse. Lua só tinha um problema: não tinha a fala. Devido a tantos métodos impróprios para um aborto, ela nasceu muda.
Com os olhos cheios de lágrimas ela abraçou o livro com muita força, viu nele o amigo que precisava para lhe distrair dos dias que sempre eram os mesmos e em seguida leu a carta.
Pequena Lua, Feliz Aniversário.
Eis o seu presente, leia o livro, conheça o verdadeiro amor.
Lembre-se que quem ama não prende... O Amor é a escolha de ir ou ficar. Uma escolha sua!
A cada mudança sua, ganhará um novo livro. Queria poder lhe dizer tudo que deve saber, mas o mundo está ao avesso então não depende de mim e sim você montar o quebra cabeça.
"Livros são espelhos, neles só se vê o que possuímos por dentro". Guarde contigo, ele te dará as explicações que procura nessa fase.
Ass: Tyzy.18 Anos, nunca viu o mundo, nunca leu um livro desse tipo. Só sabia o que era, lembrou-se da vez que viu no avental da cozinheira Ama um livro de receitas e daí por diante quis saber mais sobre o que livros tinham a transmitir. Agora com esse livro ela poderia fazer algo a mais no quarto do que só dançar. Certo que ela amava dançar, aliás, era o que mais fazia no quarto, mas também não tinha muito que fazer, era dançar ou escrever para ela mesma, lê o que escrevia como se alguém pudesse ouvir sua voz, assim como ela ouvia em mente. Seria grata eternamente a Ama por esse ensinamento da leitura e escrita.
Lembrou-se da vez que Ama comentou:- Pobrezinha, presa, sozinha. Você deveria ler ou escrever. A música é um ótimo refúgio, ajuda claro, mas deveria ler, pois livros são amigos fantásticos que poderiam te levar para outros mundos sem que você saia daqui. Gostaria de aprender? – aquela pergunta e sua afirmação em seguida bastante eufórica, e, com um sorriso largo. Assim foi. Todas as tardes, Donatto saia para resolver algo e só voltava quase ao anoitecer, então ela vinha e lhe ensinava.
Balançando a cabeça para se livrar dos pensamentos, Lua abriu o livro e começou a viajar nele e também comparar de como era diferente dos livros de receitas que ela praticava as leituras. Totalmente encantada pela aquela história chamada Rapunzel, devorou todo o livro, página por página, começou na manhã que recebeu e a tarde do mesmo dia já tinha terminado. Na última página do livro havia mais uma vez um envelope grudado. Abriu e mais uma vez letras confusas, que em passe de mágica formaram um aviso.
Não mostre esse Livro e carta a ninguém. Não dê sinais que eles existem, pois isso pode cortar nosso vínculo.
Sou alguém que precisa de você e você de mim. Hoje inicia a lua nova.
Um novo começo para nossas vidas.
Ass: Tyzy.Nossa... Muita coisa foi passando em sua mente. Como se identificava com a pobre Rapunzel. Trancada, não via o mundo, não falava com ninguém.
Escondeu seu livro embaixo do colchão, sabia que sempre no mesmo horário da noite Donatto vinha em seu quarto beijar sua testa e dizer a mesma frase: - Um dia você estará pronta para mim.
O que ele queria dizer com aquilo?A porta se abriu...
- Olá minha querida e solitária Lua. Como passou o dia? – ela afirmou com um balançar de cabeça e um sorriso meio torto.
- Então hoje é seu aniversário. Haaa que maravilha, seu dia, meu dia, nosso dia. Hoje de presente minha querida o mundo verá você. Está pronta? – Lua estava confusa, mil coisas passavam em sua mente. Não sabia o que sentir em relação a Donatto.
Ele nunca a fez mal, mas também nunca a deixou sair ou fazer coisas mais simples, como abrir as janelas da casa, e criar algum bichinho de estimação ou até mesmo a deixar livre pela casa já que na rua era proibido. Se ele era a pessoa boa, então porque Ama tinha tanto medo dele? Ela até tremia ao ouvir o som da sua voz.
Lua estava totalmente confusa. Segundo o livro e a carta, ele sente algo por ela, certo, mas não pode ser amor, porque amor não prende. Então por que a manter trancada? Ele a protege, a criou desde sempre. E Lua sempre teve um carinho por ele, mas agora algo dentro dela vacila, um sentimento diferente que não sabia explicar se é medo ou gratidão por ter lhe criado quando a abandonaram. E agora essa... Pronta para o quê?
Donatto entregou-lhe uma caixa de embrulho bonito. Vagarosamente e em silêncio, Lua rasgou o embrulho e abriu a caixa. Era uma roupa com muito brilho, parecia a "roupa" de uma princesa. Num Lilás brilhante e com uma pequena transparência, embaixo da roupa havia também uma máscara de cor prata num formato de Lua e mais brilhos exagerados. Lua o olhou, intrigada...
- Minha querida, hoje é o seu dia de dançar. Hoje o público espera por você. Sei que no seu quarto teve muito tempo para ensaiar uma música que goste. Venha aqui!
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Pazunis
FantasyLua Casey vivia mais um dia em sua pequena torre. Seu " conto de fadas " poderia ser comparado a Rapunzel: Presa e sozinha . A única diferença é que a Rapunzel não precisava sair da sua torre direto para um palco todas as noites, onde todos a sua v...