Capítulo 12

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Lua estava com os olhos fechados, úmidos de lágrimas e chuva, já esperava seu fim com a queda daquele enorme precipício, mas então sentiu a mão firme lhe segurar. Ergueu o olhar , viu alguém mas não com clareza a chuva e escuridão não permitia isso, sentiu seu corpo ser puxado novamente a terra firme. Subindo e subindo e por último um puxão, tombando em passadas vacilantes no chão parou nos braços do homem a sua frente. Olhares se encontraram, respiração ofegante, corpos colados. Lua não sabia o que dizer, ela nunca havia visto um homem como aquele, alto, pele bronzeada, boca pequena mas carnuda com muita perfeição, braços fortes e seguros, cabelos lisos caindo na testa, olhos verdes. Nossa o que dizer numa situação assim. Lua apoiava suas mãos no peito dele, ele a olhava profundamente, não tirava os olhos nem um minuto dos seus, as mãos dele enlaçava sua cintura. Lua sentiu um arrepio diferente dentro de si nunca sentido antes, suas pernas falharam e ela quase desabou ao chão mas o jovem cavalheiro a segurou firme e a manteve ali colada a ele. Olho a olho ! Muito próximos que cada um deles podia contar as batidas do coração do outro, então ela quebrou o silêncio.

- Obrigado por me salvar ! - Falou quase em sussurro.

Ele apenas a encarou, a soltou lentamente, deu um passo para trás, virou e foi indo embora.

- Ei espera! - Lua não gostou daquela frieza depois daquela conexão forte.
- Poderia pelo menos dizer : há por nada, ou ao menos, dizer seu nome ! Acho que isso faz parte da educação.

Ele parou onde estava, deu um sorriso meio torto mas muito perfeito, alisou os cabelos e em seguida voltou para a direção de Lua. Parou a sua frente, tirou uma mecha do rosto dela e falou.

- Você me salvou então eu te salvei , não devemos desculpas, comprimentos, formalidades ou quaisquer gentilezas, então é isso, olho por olho, dente por dente, apenas isso.

Lua ficou boquiaberto com tamanha sinceridade e aquilo lhe atingiu bem forte lá dentro de um modo que ela não sabia explicar o porque dessa sensação, pensou em revidar e ser meio grossa como ele estava sendo, mas então notou um ferimento em seu braço onde escorria muito sangue. Quis cuidar, quis abraça - lo e conforta - lo, aproximou - se dele e foi tocar mas ele agarrou seu punho.

- Deixe - me vê isso, por favor está ferido.

- Lua! Eu não quero que toque em mim e em mais nada em Pazunis. Sua espécie não é mais bem vinda aqui. E a proposito, era um Unicórnio.

- Que ? Lua estava confusa .

- O animal que você salvou não era um cavalo como você chamou. Agora vá embora. Falou firme e frio.

A soltou e se afastou sumindo na escuridão daquela floresta.
Lua não entendia, deixou seu corpo cair ao chão e permitiu seu coração sangrar em lágrimas.

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