Capítulo 13

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O Cavalheiro andou até uma certa distância, ao local exato onde poderia vê a Camponesa de longe sem ser visto. Ficou lá olhando, sofrendo com seu pranto, sozinha naquela escuridão.

- Que idiota que eu sou ! - Eu devia ao menos deixa - lá num lugar mais confortável.

Alguém aproximou - se e tocou - lhe o ferimento.

- Aí ! ! ! Sentiu o encomodo no braço mais logo esqueceu quando viu a pessoa do seu lado.
- Guilherme há , meu amigo.

Se abraçaram como verdadeiros irmãos. Depois de uns minutos Guilherme o olhou seguindo seu olhar que levava a Lua lá sozinha no chão.

- É ela ?

- Não sei . - Mais não pode ser ela. Eu não aceito ser ela. - Falou magoado.

- Desculpe meu amigo - Guilherme tocou seu ombro num gesto cauteloso.
- Mais se eu estou te vendo e te tocando então é ela, a escolhida.

- Não fale besteiras, o guardião dos mortos foi bem claro quando falou: A escolhida enxergará sua Alma, de animal tornará homem, do rancor sentirá Amor. Ambos se sentirão atraídos, porém proibidos um ao outro. Ela será o ser mais puro que já viu, pois convive com a pureza e o pecado e ainda assim eis pura, mas somente "o pecado" transformará Pazunis no que já foi um dia.

- O que ? Meu amigo você chama isso de bem claro ! Não entendi nada, pura mais tem que pecar. Não faz sentido, você precisa falar com o guardião. E tem mais, tem que ser ela, senão você não estaria na minha frente. Você sabe que somos amigos desde sempre e depois da tragédia que aconteceu aqui, a 19 anos eu não via você, conseguia te ouvir mas nunca te vê. E agora te vejo bem vivo na minha frente, cara eu pensei que você tinha morrido e eu estava delirando quando ouvia você as vezes falar comigo. Agora pare de ser resmungão, vá lá e fale com a moça direito. Ambos olharam em direção de Lua e em seguida se olharam preocupados.

- Cade ela ?

Lua havia sumido. Isso deixou o rapaz desesperado, ele não queria que ela fosse a escolhida, mas também não queria seu mal. Queria realmente não se importar, mais sim, se importava e muito. Sua preocupação foi nítida. Guilherme o olhou com olhos marejados e sorriu.

- Vá atrás dela meu amigo, contigo não posso ir.

- Porque não, você é como meu irmão, depois de anos não podemos nos separar de novo. - Tentou abraçar seu amigo - irmão e só aí deu fé que não sentia mais sua vida, só seu espírito.
- O que ! Não entendo.

Guilherme aproximou - se falando: - Irmão, anos se passaram desde que nosso mundo foi arruinado, muita coisa aconteceu, muitos não sobreviveram, os poucos que se salvaram alguns perderam seus dons e outros foram aprisionados nas grandes pedras do cemitério real pelo Guardião. Essa foi a forma que ele achou até o momento de não perder todos os seres de Pazunis. Por enquanto alguns conseguem por minutos falar com seres próximos, como no meu caso, mas agora o tempo acabou tenho que voltar.

- Espera, mais como faço para ajudar meu povo ? Me diz .

- Isso eu não sei, sabemos que O Guardião dos Mortos tem muita sabedoria, procure ele. Mas meu amigo, acho que sua resposta mesmo chamasse Lua.

Assim Guilherme desapareceu !

O jovem rapaz correu floresta a dentro, muita escuridão, chuva que não cedia, chão difícil de andar muito lamaçado. Gritou por horas chamando Lua. Até que por fim viu seu corpo encostado a uma árvore. Aproximou - se preocupado e tocou sua face.

- Lua ! Pode me ouvir ? Abaixou - se até ela.

Ela abriu lentamente os olhos e deu o sorriso mais doce e lindo que ele já tinha visto.

- Você não devia me tocar lembra ? Falou muito fraca. - Não quero causar mais nenhum mal a ninguém.

- Me desculpe, eu não deveria ter falado daquela forma, é que eu...

Lua o interrompeu - Ainda está sangrando. Lua pós sua mão ao ferimento e a ferida se fechou como um lindo encanto. Ele parecia não acreditar no que estava vendo, ficou de pé, olhou seu braço curado e sorriu.

- Como fez isso ? - Ela gemeu - Calma, você está fraca. Vamos sair daqui.

Ele a pegou nos braços e ela se ageitou no seu colo quente e confortável. Caminhou por horas com ela até que a chuva se foi, noite virou dia e uma cachoeira magnífica ele avistou. Lá ele a deitou numa pedra gigante e plana, pós seu braço de apoio para elevar sua cabeça e lhe oferecer água fresca. Lua bebia todo líquido oferecido e o olhava com tamanha admiração, como ele a olhava também com bastante fascinação. Tirando sua concentração virou água demais a fazendo engasgar. Lua tossiu por alguns segundos e mordendo o lábio inferior agradeceu.

- Tiziano ! Ele falou...

- Como ? Lua não entendeu...

- Meu nome, é Tiziano.

- Diferente - Ela sorriu. - Gostei.

Um silêncio veio junto com os olhares mais uma vez se encontrando. Tiziano não estava conseguindo controlar suas emoções, passou seu polegar no lábio de Lua e aproximou - se para beija - lá.

- O que está fazendo - Lua levantou depressa e ficou de costas pra ele tocando o lábio.

- Lua desculpe, eu - Alisou os cabelos nervoso e muito desconcertado.

- Donatto estava certo, os homens só sabem ser assim, animais em busca de carne.

Tiziano gritou - Clima ficou tenso.

- Não fale desse traidor, nunca mais. - Eu sabia que não podia ser você.

Após tais palavras Lua virou para encara - lo mas apenas um Unicórnio a olhava. Um Unicórnio lindo mais com lágrimas no olhar, abaixou sua cabeça numa triste despedida e foi embora. Lua sentiu - se tonta, sua roupa clara tornou - se preta assim como suas vistas.

Num leve sussurro lamentou:

- Sinto Muito...

PazunisOnde histórias criam vida. Descubra agora