Capítulo 14

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Um grito enfurecedor chamando Lua a fez despertar. Se mexeu atordoada e meio zonza tombou sobre os braços de Donatto. Ele a sentou a beira do palco, o enorme salão agora vazio, ela o observou caminhar, pegar uma cadeira e estupidamente colocar a sua frente, ignorância desnecessária. O grande estrondo fez Lua tremer. Sentou !

- Porque parou a dança no meio do espetaculo? Porque não me respondeu na frente de todos os meus clientes me fazendo passar vergonha ? Porque finjiu não estar aqui, quando seu corpo estava de pé paralisado a minha frente ? Por que ?

Lua só tremia.

Fixando seu olhar ao dela, pegou seu rosto sobre suas mãos e lhe deu uma bofetada, tão forte que Lua foi parar ao chão. Jamais sentiu tanta dor. Sentiu queimar e inchar na hora. Seu choro foi de imediato, um choro de dor, de decepção, de medo, muito medo. Donatto jogou a cadeira longe e a levantou do chão.

- Você acha que sou idiota Lua ? É isso ?

Meu Deus como doía, eu não conseguia fazer nada além de chorar com soluços alto e cabeça baixa.

E mais gritos....

- Quando eu falar olhe para mim sua vagabundinha.

Lua não acreditava no que estava acontecendo. Levantou o rosto inundado em lágrimas, dor e humilhação. Donatto caminhava afoito por todo o salão, parecia fora de si. Então parou e lançou um olhar gelado para ela.

- O colar que eu te dei, mostre - me !

Puxando o colar de dentro da roupa Lua se alarmou, o pingente em formato de cavalo que antes era de cor dourado como ouro, agora estava preto como carvão.

- Maldição ! Droga, droga, droga...

Arrancando o colar de sua mão Donatto jogou no chão e pisoteou até sobrar apenas cacos. Em seguida foi com toda fúria em direção de Lua. Ela se afastou, mais ele a puxou. Enlaçou seus braços enormes e fortes sobre sua cintura e a deixou presa a ele. A encarava com semblante que podia ter varias interpretações.

- Querem te tirar de mim, mais não vão conseguir. Você é minha ! Está ouvindo Lua ? Você me pertence.

Ele estava totalmente descontrolado, começou a agarra - lá com desejo e raiva ao mesmo tempo. Passou a língua em seu pescoço e seguiu para beija - lá nos labios. Com toda a força que lhe restou Lua o chutou entre as pernas levando Donatto a cair de joelhos gemendo.

- Garota Ingrata. - E mesmo com o chute que pareceu lhe causar muita dor ele levantou e a nocauteou o outro lado da face. Dessa vez Lua bateu a cabeça na parede e ficou quase desacordada, o ouvia bem de longe.

Ouviu seus passos lentos, viu ele se abaixar e sentiu sua mão gelada acariciar sua face.

- Você não percebe que querem roubar você de mim ! Caralho Lua, veja o que está causando a si mesma. Eu sempre te dei tudo, sempre a mantive segura, confortável e saudável e veja agora por sua teimosia como está seu estado.

Eu estava em choque, ouvia suas palavras e sentia seu toque em minha face mais nada em mim reagia. Eu não podia fazer nada, estava presa a ele querendo ou não.

Donatto insistia em gritar para que Lua o olhasse sem piscar, como se devesse total atenção e devoção a ele.

- Eu já disse que quando eu falar você olhe para mim. - Segurou seu rosto fazendo - a encara - lo.
- Você foi a Pazunis não é mesmo ?

Lua respirou fundo como se buscasse forças e ar. Estava surpresa! Ele sabe sobre Pazunis ! Pensou rapido e então balançou a cabeça negando e derramando lágrimas sobre sua ardida face.

- Tudo bem, você quer da forma mais difícil né ! Então vou lembra - lá a quem você deve total lealdade e Amor.

Donatto destrancou a porta do salão e a arrastou pela imensa mansão até chegar a porta do porão subterrâneo. Atrás dele, Lua ouvia AMA implorar para que ele não a machucasse.

- Senhor por favor não a machuque. Ela é apenas uma menina.

Donatto me ergueu , me olhou bem fundo, sorriu e sussurrou quase tocando sua boca a minha.

- Eu jamais a machucaria de verdade AMA. Estou apenas mostrando a ela o qual mal pode acontecer se ela não começar a lembrar do seu amor por mim, como sempre foi. Num é mesmo minha menina !

Donatto deu - lhe um selo nos labios e a jogou escada abaixo para o porão frio e medonho.

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