A dança era um verdadeiro dom em Lua. Ela dançava com o coração. Ela sentia a melodia. Sua tristeza era nítida, mas nada abalava seus perfeitos passos. Por fim a música acabou e um silêncio tomou conta daquela sala espetacular e fria.
Lua ficou lá tímida, parada e muda como foi designado o seu destino, triste fatalidade. Ela não sabia o que fazer, então esperou ordens de Donatto. Mais ele só a observava, as vezes tirava os olhos e focava em seu copo com Whisky Dalmore 50 anos. Cada olhar fixo em seu copo fazia Lua congelar por dentro, tinha muito medo desse silêncio todo. Então depois de um longo tempo.- Venha até aqui Lua ! - Ele a chamou num tom calmo mais firme.
Ela desceu do palco, passos vassilantes. E então parou um palmo de distância dele.
- Aproximasse , eu não mordo. - Outro gole em sua bebida. - Também não vou te bater.
Mais um passo e ela estava em pé junto a cadeira que ele ocupava, então ele encheu seu copo vazio, tomou num só gole todo o líquido e arremessou o copo contra a parede. Ela tremeu mais não se afastou. Donatto a segurou pela cintura e depositou sua testa na barriga dela, fazendo - se assim um gesto indecifrável, que até poderia ser chamado de arrependimento, remorso, não se sabia ao certo.
Ele ficou um tempo assim, imóvel e calado e Lua não sabia como agir. Não se movia, e para seu espanto sua barriga foi molhada por lágrimas, sim ele estava chorando. Ela o olhou ali naquele lamentável estado, apesar de tudo não conseguia odiá - lo. Observou sua mão na intenção de conforta - lo. Mas sua mágoa a fez fechar a mão e desistir, tentou afastar - se mas ele a manteve firme a ele.- Me perdoe Lua ! Nunca quis machucar você, eis tudo para mim, a única que eu quero cuidar, proteger, a única que me faz querer ser uma pessoa melhor.
Ergueu a cabeça e a encarou com os olhos molhados em lágrimas. Continuou...
- Estou arrependido, eu não devia ter tocado em você de forma tão bruta, mais é que, você é muito ingênua, não percebe o que estão tentando fazer.
Eu só quero te proteger. Não sou mais aquele jovem bobo, um dia morrerei e não posso te deixar assim tão vulnerável. A vida é difícil Lua e as pessoas são cruéis.Lua sentia que um algo desconhecido no passado de Donatto o atormentava.
- Nós não envelhecemos porque crescemos. Envelhecemos porque paramos de sorrir. - Lua sussurrou em seu intimo.
Ele a largou e foi pegar sua garrafa caríssima de Whisky. Lua deteve sua mão, ele a olhou confuso e então ela afastou a garrafa dele.
- Entendi, chega de bebida num é mesmo ? - Ela afirmou com a cabeça.
- Tudo bem você que manda ! É melhor eu ir tomar uma ducha, esfriar a cabeça e deixar você um pouco só, mais calma. - Segurou sua mão e beijou - Quero que tente esquecer minhas atitudes estúpidas e volte a confiar em mim, será que tenho chance ?Lua não fez nenhuma expressão, afinal como agir diante de tantas mudanças de humor. Então ele soltou sua mão. - Não vou pressiona - la .
Ele ficou de pé e tentou andar mas estava muito bêbado, caindo em cima de Lua. Ela tentou segura - lo mas pequena e frágil como ela, não aguentou aquele peso másculo e ambos caíram. Ela ficou presa embaixo daquele corpo forte que lhe sufocava o ar de tão pesado. Ele a focou profundamente em seus olhos arregalados. Seu hálito forte de Whisky estava deixando ela zonza. Sorriu sem graça para ele e deu duas batidinhas eu seu peito como se dissese: tudo bem pode levantar agora. Mas ele fingiu não entender, passou a mão sobre o cabelo dela, puxou sua mecha que cobria o lábio carnudo e sussurrou.
- Você é tão linda, tão pura, ingênua, isso está me enlouquecendo.
Lua começou a respirar ofegante, tudo estava acelerado demais.
- Niele, seja minha ! Eu Amo Você.
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Pazunis
FantasyLua Casey vivia mais um dia em sua pequena torre. Seu " conto de fadas " poderia ser comparado a Rapunzel: Presa e sozinha . A única diferença é que a Rapunzel não precisava sair da sua torre direto para um palco todas as noites, onde todos a sua v...