Capitulo 38

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As coisas estavam bastante confusas para Lua. Sua vida desde que atingiu maior idade, deu um rumo totalmente fora de órbita, entender com clareza tudo que aconteceu de lá ate agora, nada realmente tinha sido desvendado com exatidão. Tudo em sua vida estava um jogo de quebra-cabeça, onde peças estavam espalhadas em mundos paralelos. Ter que montá-lo não estava sendo fácil e não ter noção de quanto tempo teria em cada mundo para correr atras dessas peças, era devastador.
Foi apenas segundos, pôs as mãos nos olhos tentando buscar em mente porque Amália lhe parecia familiar. Ao tirar as mãos e enxergar com clareza, lá estava, de volta ao seu quarto, roupa de dormir e mundo real.
E agora pior, tudo em sua mente veio a tona no quesito Donatto. Lembrou-se de tudo.
Sua mente estava confusa e barulhenta, dividida em exigir dele explicações porque da mentira, ou fingir ainda a perda de memória, sendo ainda sua "esposa" para quem sabe obter informações que lhe ajudasse nesse jogo de enigmas.
Lua não era vivida, mais era sábia. Sendo assim, ficou com a segunda opção, esposa!
Era hora de crescer, chega de ser a menina chorosa que ficava no quarto lamentando os fatos.
Abriu a porta do quarto e resolveu explorar a mansão.
Passou pelos quartos, salas principais, escritório, vazio. Todos pareciam ter ido se deitar. Por ali o tempo não passou muito, ainda era noite, porém tarde. Provavelmente todos estavam em seus cômodos descansando.
Pensou baixinho...

- Então por aqui o tempo quase não passou. Demorei muito desta vez em Pazunis e aparentemente ninguém notou minha ausência aqui.

Isso dava um certo alívio a Lua. Pelo menos agora tinha consciência que horas em Pazunis, eram minutos na Mansão. Porém não saber quando retornaria por lá era o que mais preocupava.
A cerimônia das fadas era algo crucial para colher informações e origens. Não queria estar ausente nisso.
Lembrou de Laisa no porão.
Correu para lá, mas a porta estava trancada e nem sinal da chave. Precisava citar alguns nomes novos a fadinha, ela poderia esclarecer algo.
Não podia pedir a Donatto a chave. Ficaria claro seu retorno de memória.

- O que eu faço?

Retornou para a sala principal tentando ter alguma ideia, foi quando notou a luz do jardim da frente acessa.
Foi até lá, abriu a porta e seus olhares se fundiram.

 Foi até lá, abriu a porta e seus olhares se fundiram

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Donatto... Ali pensativo, visivelmente cansado e ainda sim, charmoso. Mesmo com tantas mentiras e mudanças de humor, conseguia ser perturbador seu olhar.
Algo estava diferente. Lua não sabia o que, mas sentiu isso quando Donatto a olhou sem se mover, parecia se entender com os próprios pensamentos.
Minutos passados ele pegou uma flor do jardim, beijou e bem perto de Lua a entregou nas mãos.

- Precisa de algo meu Querubim?

Lua o olhava fixamente nos olhos. Era a primeira vez que as coisas entre eles estavam em papeis invertidos. Lua buscava seu olhar em suplica de decifrar algo e ele muito distraído.

- Não, não. Só não conseguir dormir. Quis beber um pouco de água, mas me perdi, essa casa é imensa. Foi quando vi a luz acessa.

- OK!

Foi a única coisa que ele falou, depois disso pegou sua mão guiando até a cozinha, lhe ofereceu a água.

- Sabe voltar para o quarto? - falou muito desanimado, lhe pareceu ate triste.

- Sim, agora já me situei.

Ele assentiu, beijou-lhe a testa, a olhou novamente com aquele olhar fixo e ao mesmo tempo vago e então disse calmo.

- Peço que não fique andando pela casa com essa camisola, por favor.
Boa noite.

E saiu passando a mão pelos cabelos.

Lua ficou estarrecida. Ele não tentou nada, não fez juras de Amor ou súplicas de chances.
Com certeza algo estava errado.
Retornou para seu quarto, pensou, pensou, deu varias voltas, sentou na cama e... Lembrou da noite confusa em uma de suas idas a Pazunis, Donatto muito violento gritou Você foi a pazunis num foi? Querem te tirar de mim!

Quanto mais fuçava, mais confusa ficava. Mais agora tinha uma certeza. Donatto sabe de algo.

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