Capítulo 52

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Todos os Guardas ficaram espantados com a confissão de Donatto e ainda assim não conseguiram se mover para prende-lo. Viram ele crescer e se tornar homem, participaram mesmo que de longe e sem poder dar palpites de toda vida isolada que ele teve sob as regalias que o rei deixava claro ter o seu filho favorito. Era muito difícil para eles acreditar que aquele garotinho se tornaria o assassino do próprio pai.
Então olharam para Tiziano em busca de orientação, do que fazer, afinal sem o rei eram seus filhos que a partir de agora estavam no comando.

- Vamos amigos, podem me prender.

Donatto falou demonstrando suas mãos a mercê da côrte.

Amália se jogou sobre os pés de seu filho e implorou em meio a lágrimas.

- Meu menino não faça isso, eu sei que você não matou o Rei. EU SEI !

Falou o último verso alto, olhando para Niele que nem ao menos erguia a cabeça.

Tiziano mudou sua expressão. E de aparência frágil se modificou para alguém coerente, como se o sangue real finalmente circulasse em suas veias e o dominasse Rei.

Caminhou ate Amália, pegou-a do chão e secou suas lágrimas.

- Amália! Com todo respeito que sempre teve por minha familia, por mim, peço-te que cuide do funeral de meu pai. Que seja enterrado ao lado da minha querida mãe. Pegue o que quiser e busque quem precisar para lhe ajudar. Adiante isso pra mim por favor e depois me avisa. Agora vá, preciso aqui resolver um enigma.

- Bom, como não tenho nada mais que fazer pelo meu Rei, estou me retirando também para meus aposentos - disse Yuri já se direcionando a saída.

- Pois seu Rei está aqui ! Dê meia volta e aguarde minhas ordens, pois ninguém sai desse quarto sem que eu diga que pode ir. Ha não ser Yuri que Você queira partir definitivamente de Pazunis.

Yuri o olhou furioso, fechou os punhos e lentamente foi soltando o ar. Se segurou o maximo que pôde, e então deu meia volta, encostando-se na parede do quarto cruzando os braços.

Lauany aproveitou a deixa que sempre foi a fada "boazinha" para Tiziano e falou toda cheia de meiguice para ele.

- Meu Rei peço permissão para ir, preciso avisar ao vilarejo sobre essa fatalidade, as fadas precisam se reunir para energizar as...

E nem finalizou sua frase dramática. Tiziano a cortou.

- Ninguém sai desse quarto! NINGUÉM. ESTÁ CLARO ?

Lauany só asentiu com a cabeça e também ficou numa parede esperando vê o que esse metido a sabichão pretendia.

Amália passou a mão sobre o rosto do filho, deu-lhe a benção com sinal da cruz em sua face e saiu chorando.

- Senhor ! O que faremos ? - um dos guardas perguntou.

Tiziano olhou tudo em volta do quarto em um movimento câmera lenta, parecia analisar cada detalhe. Suas vistas passaram por Yuri perto da porta com preocupação zero, seguio por Lauany parecendo agoniada, passou por Donatto ainda de mãos unidas esperando por um enlace a prisão, mas sua cabeça estava erguida. Seu olhar estava triste e ao mesmo tempo longe, adiante vinha a cama do Rei Aron toda desforrada. Seu corpo fraco e desfalecido sob a poça do próprio sangue, apesar de toda crueldade que ali aconteceu, sua aparência estava em paz, e Tiziano sabia que seu maior tormento era a injustiça que cometeu a Donatto por anos, mas, mesmo que pouco tempo antes da morte, ele pôde lhe pedir perdão. Isso explicava bem seu semblante. 
E por fim Niele. No cantinho do quarto quase próximo a cama. Tiziano não entendia porque ela acusou seu irmão, e por isso ele desconfiava que ela mentiu sobre isso. Pois ele bem sabia que por anos os dois eram loucos um pelo outro e se realmente fosse verdade, se ele acreditasse que seu irmão fosse capaz disso, Niele seria a primeira a tentar arranjar motivos para inocentá-lo.
Ela parecia em pânico, sentada no chão, segurando as próprias pernas, e sussurando algo que não dava para entender, mais eram nitidos seus labios tremendo.

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