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Valesca narrando:
Já tem duas semanas que tudo aconteceu. Ainda estou na pensão, quase não saio daqui, o único lugar que gosto de ir praticamente todos os dias, é uma praia de frente pra pensão, coisa mais linda acorda com essa vista, a praia é bem vazia,  pouco se vê movimento, principalmente a noite, horário que gosto de ir. Ainda não arranjei um trampo, mas assim que o dinheiro começar acabar vou corre atrás disso, dona Vânia é um amor me trata como filha.
_ Que dia lindo né? - ela falou sorrindo
_ Lindo mesmo. - falei ajudando ela na louça, como não faço nada, passo parte do meu dia ajudando dona Vânia.
Terminei tudo e fui pro meu quarto, separei umas roupas enquanto o banheiro não ficava desocupado. Assim que ficou livre entrei no mesmo, tomei um banho, fiz minhas higienes, passei uma hidratante boticário, coloquei uma macacão todo soltinho, bem aberto, de longe parecia até cropped e short, calcei minha havaianas, penteei meu cabelo, peguei meu celular, dinheiro, e desci me despedi da dona Vânia e fui pra praia, já era noite, uma brisa boa batia e bagunçava meu cabelo, tinha poucas pessoas, dava até pra contar no dedo, comprei água de côco e voltei a me sentar na areia.
Ouvi uma voz de uma galera que parecia está perto de mim, eles conversavam, riam, se divertiam de verdade, me fez lembrar o povo do morro.
Estava perdida em meus pensamentos quando dona Vânia ligou, pedindo ajuda no jantar lá na pensão, me levantei e quando me virei dei de cara com eles.
_ Valesca?- Nanda gritou fazendo todos me olharem. Levantaram correndo e vieram até mim.
_ Nossa gente, que saudades.- abracei a Nanda e Rúbia
_ Você tá bem?- Tik perguntou me olhando.
_ To sim, mas achei melhor me afastar, to morrendo de medo. - falei e olhei pra baixo.
_ Ei, tamo aqui. Eu já sei oque que tá pegando, ninguém vai fazer nada com você. - Pom apoiou meu queixo e me fez olhar ele, se aproximou e me abraçou tão apertado, que parecia que aquele abraço era minha única proteção, eu não queria sair dali, nunca tive um momento assim com Pom, mas sentia que precisava, ele beijou minha cabeça.
_ Onde você tá ficando? - Talibã perguntou
_ Ali, naquela pousada e restaurante. - apontei. - Por falar nisso tenho que ir lá ajudar dona Vânia.
_ É restaurante também? Partiu então que tô cheio de fome. - Menor passou a mão na barriga, e fomos.
_ Dona Vânia, são meus amigos. - apontei.
_ Oi moçada, chegaram em boa hora, vamos se assentar pra janta, vou servir vocês. - falou sorridente e ajeitou um lugar pra eles  sentarem.
_ Vou te ajudar. - falei com ela, ajudei ela em tudo e fui senta com o pessoal.
_ Menina to querendo te matar, porque sumiu sem me avisar nada . - Rúbia ameaçou pula em mim de brincadeira.
_ Oh quenga foi preciso, tava com medo do meu celular está grampeado.
_ Fez bem, até que você é  esperta. - riu debochando
_ Agora você vai embora né?- Nanda me olhou.
_ Eu não louca, embora pra onde?- olhei assustada.
_ Você não vai ficar aqui não Valesca, tá doida ? - Pom falou.
_ Pom eu não sou doida porque ninguém me achou aqui, e eu não tenho mais pra onde ir, minha casa é pichada.
_ Eu tenho uma casa no asfalto, vou te leva pra lá.
_ Daí vou fica assim a vida toda morando em casa dos outros fugindo de bandido ?
_ Claro que não, só até eu resolver tudo isso. - balançou a cabeça negando. - Vai lá juntar suas coisas que vou acertar com a dona ali. - apontou pra dona Vânia.
Ele foi e eu fiquei na mesa de bico.
_ Anda rápido, se ele volta e você tiver aqui, vai dar problema. - Talibã falou e riu, me levantei e fui até o quarto, juntei minhas coisas e desci, o pessoal já estava me esperando.
_ Vou sentir saudades. - dona Vânia me abraçou.
_ Eu também, pode deixa que venho te ver sempre. - Sorri e dei um beijo no rosto dela e fomos.
Fui de carro com o Pom e os outros dando cobertura.

A fiel mandou avisar 🎶{Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora