89

12.5K 916 22
                                    

Valesca narrando:
O Dani me levou na delegacia e ficou esperando no estacionamento.
_ Posso ajudar senhora ?Sou o inspetor Moura. - um homem se aproximou.
_ Quero falar com o delegado. - olhei fria.
_ Só um minuto. - falou e saiu.
Fiquei olhando minha volta e logo ele liberou a entrada.
_ Licença. - entrei na sala.
_ Toda. - apontou para cadeira e eu sentei. - O que devo a honra ?
_ Meu marido Pablo Odílan Medeiros, foi preso ontem, e eu queria informações do que eu posso fazer diante deste caso. - tentei parecer chique.
_ Ah sim. - me olhou com desprezo. - Vocês são casados ?
_ Ainda não, só vivemos juntos.
_ Então infelizmente não há muito o que fazer pela senhora, apenas se vocês já tiverem filho, é permitido a entrada, caso contrário, terá que fazer uma união. - falou.
_ E essa união como faço ?
_ Vá até o cartório onde você foi registrada e faz autentificação da sua certidão, e com ele as mesma coisa, depois vá a qualquer cartório levar os papéis e marcar, no dia e horário, os agentes levam o rel. - cruzou os braços.
_ Mudando de assunto, já posso contratar um advogado ?
_ Você deve. E também precisa mandar as coisas pra ele já essa semana, inclusive produtos higiénicos. - me entregou uma lista.
_ E as cartas ? - olhei o papel e depois olhei pra ele.
_ A sua deve ser colocada no correio todas as terça, no caso amanhã, na quarta chega aqui, na quinta colocamos a dele e na sexta chega pra você.
_ Ok, muito obrigada. - falei e me levantei.
_ Pensa bem na besteira que vai se meter. - ele disse.
_ Novamente obrigada, mas vim pedir informações, não conselho. - disse isso e sai dali. Meus olhos ardiam, eu estava doida pra chorar, fui correndo pro estacionamento, entrei no carro do Dani e me desabei.
_ Que foi ? - me olhou assustado.
_ Eu não posso ver ele. - falava já soluçando.
_ E a união ?
_ Muito complicado, preciso autentificação de certidão de nascimento, não sei onde ele foi registrado, a minha tenho que ir na minha cidade pra pegar, que merda, não dá pra piorar. - falei tentando limpar as lágrimas.
_ E essa lista ai ? É da sacolada? - pegou na minha mão.
_ É, coisas de comer e de higiene, vamos no mercado comigo, vou compra o dele e dos meninos que foram presos com ele. - olhei pro Dani.
_ Tiro onda patroa, a mãe dos meninos não vai dá conta de mandar toda semana. - me entregou a lista e ligou o carro.
_ Mas eu faço questão, de fazer a sacolada deles, porque eles tão lá por culpa do Pom. - guardei a lista na bolsa.
Chegamos no mercado, peguei o carrinho e comprei tudo que precisava, ao todo 622.90 reais.
Fomos pro morro, deixei as coisas na boca e os meninos me ajudaram a separar, tudo pra eles.
_ Talibã, você vai levar essas sacolas prás mães dos meninos, fala que não precisam se preocupar com isso. E pede elas pra conversarem com Pom pra mim, porque só entra família e esposa, to de fora dessa porra. - entreguei as coisas pro Talibã.
_ Demorô patroa, é nois. - falou e saiu.
_ Dani, amanhã tu leva as do Pom pra mim.
_ Pode pá.
Comprei uma marmitex, tava sem comer uma cota, mas nada descia, não conseguia comer de jeito nenhum.

A fiel mandou avisar 🎶{Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora