Capítulo 19 - Joyce

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            Está sendo uma noite longa, entediante e triste, as horas não passam, como dormi durante a tarde estou sem sono, sozinha no meu quarto só penso no Hugo, no que vem acontecendo nessas últimas semanas.

            Finalmente eu consigo dormir, mas não foi um sono tranquilo, acordei por diversas vezes, algumas para ir ao banheiro, outras no meio de um sonho que não consigo lembrar-me, depois de tomar meu café da manhã fico querendo ligar para a Joy, preciso conversar com ela, desculpar-me com ela, sei que ela vai entender, não tenho amiga como ela, mas como ela saiu ontem deve estar dormindo ainda, vou esperar para ligar para ela de tarde.

            Passo uma manhã como foi a noite com as horas custando a passar. O que Hugo deve estar fazendo nesse momento? Será que ele tem alguma lembrança de mim? Claro que deve ter, afinal não foi uma noite para se esquecer no dia seguinte, pelo menos para mim não foi, diante do espelho levanto a camiseta, lá está a marca de sua boca em meu seio eu sorrio e acaricio o local, queria sentir novamente a sensação de sua boca sugando-me fortemente.

            Folheei uma revista, tentei iniciar a leitura de um livro, até mesmo arrumar minhas gavetas eu tentei fazer de tudo para não sentir a demora dos ponteiros do relógio se moverem, queria tentar não ficar apenas pensando no Hugo, mas vi a lingerie que usei com ele, vi a calcinha que usei, o sutiã que comprei em conjunto com a que ele levou, está realmente difícil não pensar nele, não lembrar de tudo o que descobri e senti em todas as vezes em que estivemos juntos.

            Minha mãe me chamou para almoçar, botei pouca comida no prato e fiquei demorando a comer, estava realmente sem fome, dentes escovados eu ligo para a Joy, mas cai na caixa postal e eu deixo recado pedindo para ela me ligar assim que puder.

            Só depois das três da tarde é que meu telefone toca, ele está o tempo todo comigo, esperando que Hugo me ligasse, esperando que a Joy ligue e é dela a ligação.

            - Oi Joy, tudo bem?

            - Tudo Queta, acabei de acordar e vi sua mensagem, tinha deixado o celular no silencioso. Está tudo bem?

            - Está, quero dizer vai ficar, preciso conversar com você, preciso me desculpar com você.

            - Isso você precisa mesmo, pensar que sou fura olho foi demais.

            - É amiga, estou sentida comigo mesma, não sei o que me deu na cabeça naquela hora.

            Ouvi uma risadinha dela, o que me mostrou que ela não estava mais tão chateada comigo. Me senti melhor.

            - Vamos sair para conversar? Não quero ficar em casa, estou me sentindo enjaulada.

            - Tá, vou tomar banho me arrumar comer alguma coisa, podemos nos encontrar por volta da seis no shopping.

             - Para mim está bom, vou terminar de arrumar minhas gavetas.

            - Faz uma coisa então, termina de arrumar aí e vem aqui, estou precisando que arrume as minhas.

            Ela gargalhava no telefone, Joy é uma amigona, mas extremamente desorganizada e bagunceira, as gavetas sempre todas bagunçadas, calcinha misturada com meia, roupa espalhada, cabide vazio, cabide com cinco ou seis peças juntas.

            - Se eu fosse aí só para arrumar suas gavetas e parte do armário eu levaria o resto do ano.

            - Tá bom não precisa, kkkkkkk se é para me destratar dessa forma não precisa kkkkkk, pode deixar que eu me acho, até prefiro assim, quando minha mãe resolve arrumar eu não acho mais nada no meu quarto.

Correntes de uma LibertaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora