Capítulo 22 - Jantar em Fitzrovia

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            Parabéns a todas pelo dia de hoje 08/03/2017.


            Amanhã com tudo correndo perfeitamente Henriqueta deve estar desembarcando em Heatrow, temos conversado por telefone e trocas de mensagens procurei ser o mais profissional possível, talvez tenha sido até um pouco demasiado essa minha postura, talvez por conta disso ela possa interpretar como um esfriamento meu, mas não posso deixar transparecer a ansiedade que estou, a necessidade que tenho em começar a expor a ela tudo o que percebi, tudo o que eu desejo dela, espero sinceramente não estar enganado, espero saber conduzir esse processo.

           Hoje tenho um jantar em Fitzrovia, que um um bairro mais central de Londres, uma área considerada de classe média alta, mas com uma certa disparidade, pode-se dizer que é um bairro sofisticado e lar de algumas celebridades, mas como em grande parte de Londres esse local possui grandes disparidades de riqueza e pobreza, em Fitzrovia existe uma mistura de proprietários abastados e casas de moradias mais simples.

           É onde meu amigo Christopher reside com suas duas submissas, algumas vezes ele promove jantares para poucas pessoas que vivenciam o BDSM,  e deste sou um dos poucos convidados, não voltei a encontra-lo depois de nossa conversa na confraria. E imagino que seu convite, para que eu esteja presente, possa ter a ver com a chegada de Henriqueta.

           Sei que ele é um tradicionalista, chegando a ser bastante formal quando recebe em sua residência, ele é um homem de posses, vem de uma família tradicional e abastada, com algumas centenas de anos, essa propriedade foi herdada de seu tataravô ou alguma geração mais antiga; meu smoking, que é vestimenta recomendada está pendurado, não tenho nada contra o traje, até mesmo gosto de usa-lo, mas prefiro os ternos e gravatas, não sei mas, não gosto muito da gravata borboleta.

           Enquanto me arrumo começo a pensar se aconteceria, num futuro, estar arrumando-me para um outro jantar a convite de Christopher e para o qual eu estaria acompanhado de Henriqueta, para isso ela já deveria estar sabendo desse meu estilo de vida, de todos os meus desejos, do que eu imagino que ela seja e, o que eu acho que será o mais complicado, no caso dela for submissa, a sua aceitação como tal. E isso é algo que realmente eu desejo.

           Fui recebido por Suzanne a submissa mais antiga de Christopher.

           - Boa noite Senhor Hugo Hunter, é um prazer de meu Senhor e meu recebê-lo em nossa casa, por favor entre e sinta-se à vontade.

            - Obrigado Suzanne, sou sempre muito bem recebido aqui.

           Suzanne, veste um vestido longo decotado que lhe realça o belo corpo que ainda preserva, é uma mulher morena de olhos castanhos e altura mediana, eu diria que é de chamar bastante a atenção, ao fundo do salão vejo a figura, bonachona, de Christopher sentado em uma poltrona o charuto em uma das mãos, ao seu lado, tendo acabado de lhe entregar um copo de uísque sua outra menina, Cristel que é bem mais jovem, loira de olhos esverdeados, não tem a mesma postura de sua irmã de coleira, na verdade as duas são opostos uma da outra. Tenho que tirar meu chapéu para o meu amigo, sei que não é fácil conseguir manter essa harmonia, que sei que não é de fachada.

            - Meu caro Christopher, mais uma vez muito obrigado pelo gentil convite.

            - Hugo Hunter. Meu caro amigo que possui um nome forte, desde o primeiro dia que o conheci senti força nesse nome, e é claro que não poderia deixar de ter sua presença aqui hoje, ainda mais sendo véspera de algo tão esperado, e meu amigo sabe o quão mexe com minha curiosidade.

            - Boa noite Senhor Hugo posso lhe oferecer uma bebida?

            - Boa noite Cristel eu acompanho o que meu amigo e seu Senhor está bebendo.

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