Deitada com ele, apesar de um tanto extenuada eu não conseguia pegar no sono, e sempre gostei de cochilar após conseguir gozar, mas agora há tantas coisas em minha cabeça, tantas perguntas sem respostas, tantos receios e desejos.
- Hugo você me disse que podemos conversar sem rodeios e receios e que seremos sinceros.
- Sim eu disse isso e eu quero isso.
- Mesmo sendo uma pergunta boba ou idiota?
- Todas as perguntas tem um motivo, mesmo as mais idiotas.
- Tá. Você já teve uma submissa?
Perguntei e enfiei a cabeça em seu peito, sei que é uma pergunta idiota, mas como ele mesmo disse as perguntas idiotas tem seus motivos e essa é de tentar iniciar uma conversa com ele sobre o que é ser uma submissa.
- Sim já tive. Eu já tive sim algumas submissas.
Senti um certo desapontamento ao ouvir o algumas dito por ele, eu não estava me imaginando como a primeira, claro que não, mas eu senti. Mas resolvi continuar a perguntar.
- Você tem alguma?
- Não, agora eu não tenho. Mas já te disse que estou em busca de uma e por isso estou nessa cama com você.
Senti-me corar.
- Então você acha que eu sou é isso?
- Eu acho sim, mas não adianta apenas eu achar é preciso que você se descubra como uma submissa.
- Hugo eu li que não se faz ou se cria uma submissa e que desde sempre se é uma.
- É uma verdade na qual eu acredito, muitas mulheres são mesmo submissas, mas só algumas se descobrem como tal e dessas algumas se aceitam e só então se tornam submissas, verdadeiras submissas.
- Quando entramos aqui no quarto e eu vi a cama lembrei de imagens que eu vi e você me perguntou se eu queria, eu gostei eu tive prazer, foi diferente fazer assim.
- Henriqueta eu quero que você entenda que o que fizemos até agora são algumas práticas que são usadas entre um Dominador e uma submissa, mas são práticas que poderiam ser usadas por qualquer um, por qualquer casal por qualquer um que tenha fetiches.
- Então é só uma prática?
- Isso, olhe submissão é muito mais do que isso, submissão é entrega é aceitação, é deixar-se ser moldada para ser como o outro quer, não é um caminho coberto de flores, na verdade podem ter muito mais espinhos do que flores, não é fácil submeter-se e não falo de submissão por medo, falo de uma verdadeira submissão de livre escolha e de livre entrega.
- Talvez eu venha a entender isso, mas algumas coisas eu percebi, eu gosto da forma como você age.
- Espere Henriqueta, não confunda certas coisas. A forma como tenho agido com você, apesar de ser diferente do que já experimentou antes, não é dominação, você vai dizer que muitas vezes eu determinei e você cumpriu e vou concordar com isso, mas não quer dizer que esteja acontecendo uma relação entre Dominador e submissa.
- Não entendo isso.
- Vou tentar lhe explicar, para ser uma relação Dominador e submissa tem que se ter acordado, tem que haver a entrega e isso tem que ser desejado, tem que ser complementação.
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Correntes de uma Libertação
ChickLitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...