Apesar de tudo isso eu acompanho a Suzanne deixando as duas para trás, já não importa que eu esteja sem perfume ou com uma maquiagem simples eu levanto a cabeça, piso firme sobre o salto, elas podem ser mais ricas, mais elegantes estarem em melhor forma física, mas eu sou mais eu nesse momento e tenho uma coisa que elas não tem e até mesmo o que uma possa estar querendo, sou a companhia do Hugo, sou eu quem durmo com ele e é comigo que ele se satisfaz e acima de tudo é a mim que ele quer. Assim que entramos na cozinha Suzanne começa a falar.
- Estou vendo que estás, em algum momento, sentindo-se como um peixe fora d'água.
- Não posso negar, tudo é novidade para mim e muitas e muitas coisas eu não entendo direito.
- Como isso?
Ela leva a mão ao seu pescoço e acaricia sua coleira com tal cuidado que eu naquele momento percebi a importância que tinha para ela.
- Não deixa de ser, apesar de eu já ter lido e visto fotos.
- Eu vi seu olhar de espanto quando eu abri a porta para...
Ela dá um sorriso, para pensar um pouco e continua.
-...você e o Senhor Hunter chegaram.
- Foi sim, pois foi a primeira vez que vi uma de verdade e sendo usada por uma submissa e em todas as fotos que eu já vi nunca vi uma assim tão bonita. Mas você ia dizendo sobre quando abriu a porta e interrompeu para depois dizer você e o Senhor Hunter.
- É que me veio uma dúvida sobre como me referir a você, normalmente quando recebemos um casal e vou referir-me a ela junto com ele eu uso normalmente o nome dela ou quando é pessoa de mais intimidade uso o você, mas sempre acompanhado pelo seu Senhor ou por seu Dono e como você não é submissa do Senhor Hunter eu fiquei na dúvida, mas peço-lhe minhas desculpas por não ter sabido como dirigir-me.
- De forma alguma tens que desculpar-se e não fique incomodada com isso pois não há motivos para desculpar-se.
- Há sim, certamente que há e receber bem os convidados de meu Senhor é um ponto pacífico para mim, sei como ele quer que sejam tratados ainda mais sendo a acompanhante do Senhor Hunter a quem meu Senhor tem grande afeição e amizade.
- Vejo que você usa sempre as palavras meu Senhor quando estás se referindo ao Senhor Christopher e sinto um grande respeito e um carinho ainda maior quando falas.
- É verdade, essa é a forma como eu aprendi a chama-lo e já se passaram quinze anos desde que ajoelhei-me aos seus pés e disse-lhe que entregava-me a ele como submissa e que o aceitava como único Senhor e Dono de mim.
Ela voltou a tocar com carinho em sua coleira.
- E então ele a fechou ao redor de meu pescoço, lembro-me como se fosse hoje como me foi impossível controlar minhas lágrimas, de como eu chorei e eu a uso desde então.
Fiquei olhando emocionada para ela, nunca tinha visto ninguém se referir a algo que representasse uma união da forma como ela fez, me vieram lágrimas nos olhos. Quando eu estava quase dizendo a ela o que havia sentido as duas entraram na cozinha.
- Suze você vai levar os canapés ou nós podemos levar.
- Não Cris, não precisa eu e Henriqueta levaremos.
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Correntes de uma Libertação
Chick-LitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...