Tentei concentrar-me na parte da tarde no que meu orientador havia me solicitado, é eu acho que é melhor passar a chama-lo assim, e na frente de todos farei como todos o chamam, trabalhei com dedicação e afinco, quero mostrar e ele e a todos que estou aqui por mérito meu.
Saí bem mais tarde do que todos, saí cansada com os olhos ardendo de tanto ler de tanto estudar e fazer anotações. Durante todo o final do dia não o vi mais, mas acho que por conta de não ter saído da sala a não ser uma vez para ir ao banheiro.
Em casa mal entrei tirei os sapatos, meus pés doíam e fui para o banheiro precisava de um bom banho para relaxar, assim que as primeiras gotas do jato d'água atingiram meu corpo eu me lembrei do banho na casa dele, das sensações que tive o imenso prazer que foi tê-lo em mim, todo o prazer que senti naquele momento, foi inevitável não me tocar, mas foi por muito pouco tempo, não consegui ir adiante, não tinha motivo para ficar lembrando-se de um passado que acabou.
Tentei estudar mais um pouco aquela noite, mas acabei adormecendo sentada sobre os artigos, acordei de madrugada assustada, alguém me perseguia e quanto mais eu corria menos eu conseguia fugir, quando me movi estava toda dolorida,doía o pescoço, apertei tanto as mãos que nas palmas ficaram as marcas das minhas unhas, fui para a cama, mas não conseguia mais dormir, estava com medo de ter outro pesadelo, quanta falta a Joy está me fazendo, como queria poder estar com ela ao meu lado e conversar com ela, contar tudo o que aconteceu aqui, tudo o que já vinha acontecendo.
Penso em abrir o lap top, procurar novamente o endereço onde tem livros, ver mais fotos, mas são três horas da manhã, preciso dormir tenho que estar bem amanhã para produzir, eu tenho que ser a melhor e a mais dedicada do que fui no trabalho da minha tese, não sei quanto tempo rolei na cama até conseguir dormir.
Não foi nada fácil levantar, estava moída e não tive um sono reparador, pensar em ir para a universidade, e se eu encontrar com ele como vou reagir? Como ele irá falar comigo? Relutei, relutei, mas não tem jeito finalmente levanto, arrumo-me e parto sentindo um nó no estômago.
Arushi já estava na sala trabalhando, me cumprimentou com um aceno e continuou compenetrada no que fazia, fui para minha mesa e desatei a trabalhar, não foi fácil de início me concentrar a todo o momento eu pensava que ele poderia entrar pela porta, mas não aconteceu, o dia passou e não o vi e também não perguntei por ele a ninguém.
Já se passaram três dias desde que o vi pela última vez desde nossos embates na reunião, tem sido difícil me concentrar em casa, estou cada vez mais dividida entre o trabalho, fazer minhas pesquisas estudar e ir procurar na internet sobre submissão sobre BDSM.
Chega a sexta-feira, cheguei cedo nem a Arushi havia chegado ainda, diante da tela do meu computador um envelope azul bem claro, estranhei o fato procurei por algo escrito nele, mas não havia nada além de um lacre prateado, quando estava vendo o envelope a Arushi chegou e me viu com o envelope na mão.
- Bom dia Henriqueta.
- Bom dia Arushi.
- Pode abrir é do professor Hunter.
Gelei ao ouvir o nome dele, minhas mãos tremeram e minhas pernas bambearam, apoiei-me na mesa.
- Como assim? É do H...
Consegui travar na garganta o nome dele, como ela sabe que é dele? Será que ela...? Abri o envelope tentado não demonstrar o quanto eu estava tremendo o quanto eu estava nervosa, quase não consigo abrir um simples lacre de papel. O bom foi que a Arushi estava à procura de alguma coisa na pilha de papéis em sua mesa quando finalmente consegui abrir o envelope e li - "Senhorita Henriqueta na próxima terça-feira no meu gabinete às nove da manhã, tenha um bom final de semana."- Fiquei olhando para o papel, meu sangue ferveu levantei-me e fui até a mesa da Arushi.
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Correntes de uma Libertação
Chick-LitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...