Capítulo 4 - Joyce

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            Peguei o telefone e liguei para a Joyce, eu estava fula da vida, todas aquelas perguntas martelando em minha cabeça, eu estava com raiva de mim mesma, estava de saia nova, lingerie nova que paguei os olhos da cara e fiquei molhada por conta de um machista, onde estou com a minha cabeça.

            - Oi Joyce, tá ocupada?

            - Claro que não, estou em casa de pernas para o ar, está na universidade?

            - Estou sim amiga, mas precisava encontrar você, preciso da minha amiga antes que eu mate um e corte em pedacinhos.

            - Eita que a coisa está mesmo feia. O que houve? Seu orientador detestou seu trabalho, diz que tem que refazer tudo?

            - Não, até que não, na verdade não tem quase nada para alterar e ele disse que já está pronta.

            - Então só pode ser homem, não acredito que você voltou com aquele traste.

            - Não é nada disso, mas estou precisando de um colo da minha melhor amiga. Vou para casa deixar as minhas coisas e podemos nos encontrar.

            - Queta então vou para sua casa, ou conversamos lá ou saímos, lá resolvemos e o tempo que você vai levar para chegar em casa eu levo para chegar lá.

            - Obrigada amiga, eu sabia que podia contar com você.

            Desço as escadas para o estacionamento, algo me faz olhar para trás, numa das janelas um vulto, mas não consigo ver direito quem é, mas a sensação é de que estou sendo observada, a mesma que senti ao subir as escadas para o almoço. 

            - Oi mãe.

            - Chegou cedo, você saiu dizendo que não teria hora, Joyce chegou tem cinco minutos está no seu quarto.

           - É eu achei que viria tarde, mas resolvi tudo cedo.

           - Mas parece que não conseguiu resolver da forma que você queria. Tá tudo bem?

           - Tá sim mãe vou ver a Joyce.

           Entro no meu quarto e Joyce está, como sempre, deitada na minha cama, seus pés sobre a cabeceira olhando para o teto, coloco as minhas coisas na bancada e deixo meu corpo desabar sobre a cama ao lado dela, ficamos em posições invertidas.

            - Quem foi? Quem é ele?

            - Que ódio, é um professor.

            - Droga, estava achando que seria algo interessante, alguém que passou por você te chamou de gostosa, disse que você faria sucesso na cama dele e você o empurrou escada abaixo. Mas problema com um professor aí é muito brochante.

            - É pior do que isso.

            Quando eu disse isso ela mudou de posição na cama, deitou de lado sua cabeça apoiada em sua mão, o cotovelo no colchão.

            - Quero saber tudo, tudinho desde o início.

            Comecei a contar a ela sobre tudo o que aconteceu desde o esbarrão na biblioteca, de como me abaixei o problema do botão faltando, nessa hora a gargalhada dela foi sonora.

            - Deve ter feito o velho ter quase um infarto.

            Estranhamente ouvi-la chama-lo de velho me incomodou, mas nada disse, ficou esse sentimento preso dentro de mim. Voltei a contar tudinho a ela sem omitir nenhum detalhe, contamos tudo uma para outra, quando tive minha primeira vez fui correndo contar a ela, Joyce é mais que uma irmã. Nem tinha chegado no final do primeiro dia e ela já estava sentada me olhando.

Correntes de uma LibertaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora