Com a mão sobre meu peito e segurando meu coração que batia num ribombar mais forte do que um surdo de escola de samba eu levei a mão até a porta, no exato momento em que mais batidas a fizeram tremer, recuei um passo, quem pode ser? A tensão e o medo tomaram conta de mim, penso em abrir ou não a porta.
Sinto todo o meu corpo tremer, alguma coisa dentro de mim me diz para ter cuidado eu estou realmente assustada, olho ao redor em busca de algo que possa utilizar para me defender, mas nada encontro e nem tenho o meu celular em condição de uso, novamente as batidas na porta eu não tenho outra saída.
- Quem é?
- Henriqueta.
É ele, rapidamente eu abro a porta e lá está ele diante mim, ofegante e quase esmurrando novamente a porta, mas diante de mim eu vejo os olhos de preocupação de meu Dono. Instintivamente me penduro em seu pescoço, ele me abraça forte, nem nos importamos se alguém ouviu as batidas e saiu para olhar.
- O que houve Henriqueta por que não atendeu minhas ligações?
- Ligações?
- Sim as minhas ligações, assim que eu cheguei lhe mandei mensagem avisando, você não respondeu, fiquei esperando e como não é costume seu atrasar-se, e você sabe que eu não tolero atrasos, eu passei a ligar e nada de você atender.
Viro-me para trás e lá está ele espalhado pelo chão, ele acompanha meu olhar e também vê meu celular com um aparte para cada lado.
- O que houve aqui? Aconteceu alguma coisa?
Abaixo-me e vou pegando cada uma das peças recoloco a bateria, fecho a tampa, coloco a capa a tela completamente escura, aperto o botão para ligar torcendo que ele não tenha quebrado. Por sorte luzes do visor se acendem, ao ser ligado vejo que há mensagem e ligações perdidas.
- Mas como eu não recebi as mensagens?
- Você não deixou-o no silencioso? Se ele estivesse no silêncio eu teria sentido vibrar, fiquei com ele na mão e no colo, e quando você bateu na porta tomei um susto e levantei abruptamente e ele caiu no chão.
- Então só há uma explicação plausível para isso, você estava com ele desligado.
- Mas não pode ser eu não o desligaria sabendo que você ia mandar mensagem.
- Bem de alguma forma você o desligou, mesmo sem querer, e com isso me deu um grande susto.
Eu não sabia o que pensar, será que eu desliguei sem querer? Mas é difícil fazer isso o que importa agora é que ele está bem, está aqui comigo.
- Desculpa Dono por todo esse susto.
- Vamos falar sobre isso depois, se eu não estivesse com a mínima forma física não teria conseguido subir correndo essas escadas.
Vi algumas gotas de suor descer por sua têmpora, beijei-o ali bebi o seu suor e olhei para ele.
- Dono vai ter a noite toda para resolver o que fazer com sua menina.
Vi seu rosto se iluminar ao me ouvir dizer isso, eu senti prazer em dizer isso, apesar de certo receio e angustia por mesmo sem querer eu o ter assustado e deixado preocupado, mas naquele momento sabermos que ambos estamos bem suplanta qualquer coisa.
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Correntes de uma Libertação
Chick-LitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...