Capítulo 28 - Continuação da conversa

1.7K 192 347
                                    

            - Sim, é isso que eu quero, é isso que eu busco e senti isso em você.

            - Mas eu não sou uma submissa e não posso ter um relacionamento assim com você, ainda mais trabalhando com você sendo orientada por você, se for ser submissa como vou poder discordar de você, como vou poder propor outro caminho para a pesquisa?

            - Espera Henriqueta, sei perfeitamente que tudo nesse momento pode ser bastante confuso para você tudo isso. Mas é totalmente diferente, eu não tenho nenhum problema em separar o trabalho da vida pessoal, sei muito bem lidar com isso, sei estimular uma pessoa a crescer a se desenvolver a se emponderar, eu quero ver você crescer vir a ser um expoente em sua área.

            - Mas sendo uma submissa como pode?

            - Pode essa é uma conversa muito longa, eu não esperava, e nem espero que numa manhã, num dia ou até mesmo muitos dias poderíamos deixar tudo acertado esclarecido.

            - Eu sei que não sou uma submissa, nunca me submeti pelo contrário penso em igualdades e com tudo isso que eu acho, tudo o que eu demonstro o que o levou a inferir que eu seja uma?

            - Bem eu já lhe disse que tudo foi interpretação minha, mas vamos lá vou tentar expor algumas coisas do que senti, o que você demonstrou. A forma como você olhou algumas vezes, como por muitas não conseguia manter seu olhar no meu, algumas vezes que aceitou algo que, propositadamente, eu impus, talvez essa não seja a melhor palavra, mas é a que vem à minha mente agora.

            - Tá, mas o que propositadamente, usando sua palavra, você impôs?

            - Nosso primeiro almoço. Não lhe não lhe perguntei se você gostaria de ir eu disse claramente que você iria.

            - Sim é verdade, você disse mas tinham outras pessoas por perto e eu entendi como se você estive me chamando apenas pelo ocorrido e fiquei em posição de não poder negar.

            - Poderia sim, certamente que poderias. Bastaria dizer não obrigada, tenho que ir embora, tenho aula, tenho que ir dormir. Bastava um não seu.

            Senti meu rosto afoguear, baixei-o não conseguia encara-lo como vinha fazendo até agora, fiz isso por frações de segundos, mas fiz até que consegui manter meu olhar nele, e ele tem razão eu poderia ter dito não e estranhamente eu segui sua determinação, acho que essa palavra combina mais do que imposição.

            - Mas eu fiquei constrangida na hora por conta dos outros professores que estavam juntos.

            - E ficou também constrangida quando lhe disse o que beber? Lá eu fui taxativo com você, novamente propositadamente, e lhe disse para pegar água ao invés do refrigerante.

            Lá estou eu novamente sentindo-me num beco sem saída, não consigo encarar aquele olhar, é o olhar intimidador que não consigo decifrar e ele parece ter uma resposta pronta e certeira.

            - Mas isso não quer dizer que eu seja submissa, e pode simplesmente ter sido um impulso, nós bem sabemos que muitas vezes ao estarmos em uma ação com um determinado sentido e alguém de fora nos dá um outro direcionamento, com uma palavra ou gesto e nós podemos mudar de ideia e sem que isso seja uma obediência nosso cérebro pode nos dar o comando para realizar essa outra ação.

            - Concordo com você Henriqueta, isso é ciência, mas não foi só isso que me levou a acreditar que você seja uma, são uma série de fatores que ligados a sentimentos meus me fizeram pensar.

Correntes de uma LibertaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora