Capítulo 7 - Hugo Hunter

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            Assim que ela colocou o nome dele apareceu o seu Curriculum Lattes, realmente espantoso, centenas de publicações, cinco livros, umas três dezenas de capítulos de livros, uma série de orientandos. Procuramos pelo face book dele, mas não encontramos nada, acabamos lendo uma reportagem antiga num jornal, falava de um acidente de carro, estava ele e a esposa que faleceu, contava um pouco da vida dele, mas nada além de dizer que ele foi um atleta de remo.

            Nossa busca foi frustrante,  procuramos e procuramos e quase nada descobrimos, mas pelo menos sei agora que ele é viúvo, foi atleta por isso que ele tem um corpo que não aparenta a idade que tem, ficamos sabendo que ele não gosta de dar entrevistas e parece que vive sozinho. 

            Bom, se foi casado ele não é gay, pelo menos não deve ser, se bem que conheço tanto homens e mulheres que eram casados depois viraram gays. Mas ele não pode ser gay de forma alguma pode ser. Como nada conseguimos encontrar acabamos decidindo ir para uma champanharia, fui para casa me arrumar e nos encontramos na entrada. Chegamos já eram quase dez horas da noite, estava bem cheio, não tinha lugar nas poucas mesas e o mesão coletivo estava lotado, ficamos pelo balcão, também não era para menos sexta-feira é dia de happy hour, das esticadas e tinha muita gente bonita.

            Joyce logo chamou a atenção, um grupo de quatro rapazes se juntou a nós, dois deles visivelmente a disputavam, dos outros dois um ficou conversando comigo e o outro logo se despediu de nós e sumiu no meio do povo que dançava. Eu sabia que tinha que tomar cuidado com a bebida, pois como é uma champanharia, só serve champanhe e espumantes, e sei o quão fraca eu sou, fomos dançar um pouco e logo a Joyce estava aos beijos com um dos rapazes o outro que também a disputava eu nem vi se afastar.

            O André, que é o carinha que ficou conversando comigo, ficou insistindo para pegarmos uma garrafa que saia mais barato, me soou esquisito aquilo, não por dividir a conta, coisa que eu acho que tem que ser, esse negócio de homem é que tem que pagar comigo não existe, mas foi chato ficar contando tostões procurando saber quanto custaria isso ou aquilo, eu acabei arranjando um desculpa e me afastei dele.

            Interrompi um beijo da Joyce e disse que ia dar uma rodada pela casa, que é bem pequena, ela deu uma piscada enquanto o cara que estava com ela perguntou pelo amigo que tinha ficado comigo, olhei para o balcão e com um movimento de cabeça indiquei onde ele estava.

            Comecei a andar, seguindo o ritmo da música, o DJ era muito bom, depois de dar umas três ou quatro voltas bebericando um pouco me dei conta que estava olhando para os homens mais velhos, no fundo no fundo eu percebi que buscava por cabelos grisalhos e um par de olhos azuis. Me assustei quando me dei conta disso, passei a procura por Joyce, ela estava num canto conversando com o cara que já estava com ela e o outro que eu nem tinha visto se afastar. Cheguei o ouvido dela.

            - Joy estou indo.

            - Como é? Já vai? Vai não podemos sair os quatro o outro também é gato  Queta.

            - Estou cansada e não estou com clima para estender a noitada.

            - Poxa vai me deixar com esses dois?

            - Se for preciso sei que você dá conta deles.

            Nem deixei ela dizer mais nada dei um beijo nela saí e peguei um táxi para casa. Antes da meia noite eu já estava em casa, minha mãe no computador jogava Candy Crush, meu pai dormia no sofá com a televisão ligada.

           - Ué, já em casa filha.

           - Já mãe estou cansada e não estava bom lá.

Correntes de uma LibertaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora