Como eu pensei por volta das vinte e três horas ele pediu a conta, e saímos. Eu tenho que confessar que a conversa foi boa, a comida, a bebida, uma vista espetacular de todo o Rio de Janeiro iluminado, mas não foi de forma alguma o que eu esperava e sei que vocês entendem bem o que estou sentindo, sei que entendem.
Já quando estávamos descendo de Santa Teresa ele me olhou e era aquele olhar intimidador, um olhar que eu não havia percebido durante toda a noite, senti imediatamente aquele calafrio, ele colocou a mão sobre minha perna, eu não reagi, não fiz movimento de tirar a perna não fiz movimento de aceitar.
- Você precisa ir agora para casa?
A pergunta dele me pegou completamente desprevenida, se tivesse sido feito uma hora antes eu já tinha a resposta na ponta da língua.
- Bem prof...
Ele apertou minha perna, com a outra mão levantou meu rosto e disse:
- Henriqueta até a pouco conversávamos sobre trabalho, estudos e pesquisas, algumas vezes você me chamou de professor, apesar de eu já ter-lhe dito que usasse Hugo.
Eu só conseguia ver aqueles olhos, sentir a pressão em minha perna e queixo.
- A conversa de trabalho ficou para trás, agora como homem eu pergunto para uma mulher se ela precisa ir para casa agora.
Quando eu o ouvi falar homem e mulher eu imediatamente me senti contrair.
- Não Hugo, eu não preciso ir para casa.
Propositadamente não usei a palavra agora, ele perguntou-me se eu precisava ir agora e claramente lhe respondi que não precisaria ir. Ele então soltou meu queixo e se debruçou para o banco da frente onde estava o motorista e lhe disse algo, no mesmo instante que sua mão subia por minha coxa numa intimidade nunca demonstrada por ele, só consegui me arrepiar e afastar uma perna da outra.
Quando ele se virou para mim foi segurando-me pela nuca, aproximando sua boca da minha, senti seus lábios colarem nos meus que se abriram num consentimento, seu beijo foi profundo, foi molhado, fui beijada de uma forma que não me lembro de ter sido durante toda a minha vida.
Eu não queria que aquele beijo acabasse nunca, mas ele acabou e passei a ser beijada no pescoço, sua mão subiu e minha coxa sentiu, de olhos fechados eu era beijada no pescoço acariciada na coxa, voltei a ser beijada na boca, retribuí o beijo acariciei seu rosto. O beijo é interrompido, ele me olha.
- Quero você!
Novamente ele estava determinando, minha vontade foi responder que eu era dele, não pensei em responder um também. Mas eu nada disse, pousei a minha mão sobre a mão dele que estava sobre a minha coxa, minha vontade era puxa-la mais para cima, para mostrar a ele o quanto o queria, mas eu a acariciei fechei os olhos e balancei a cabeça afirmativamente. Quando percebi estávamos chegando, ele como sempre me ajudou a sair do carro, senti o cheiro da brisa do mar, ouvi o som de ondas, ele me abraçou a cintura, entramos em um prédio, fui beijada e o beijei no elevador, senti seu corpo másculo contra o meu.
Entramos num apartamento sem muito luxo, uma sala com um sofá, uma poltrona, uma mesa redonda de jantar, enquanto ele fechava a porta eu olhei pela grande janela, foi inevitável não me aproximar dela.
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Correntes de uma Libertação
Literatura FemininaUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...