Capítulo 62 - Surpresas

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            Assim que desliguei o telefone e mais calma após conversar com meu Dono eu fui à busca do presente esquecido, e que me custou um castigo que não desejo mais experimentar, prefiro mil vezes as palmadas a ausência dele sem nenhuma explicação.

            Lá estava o canudo guardado, tirei a tampa e com cuidado removi o papel enrolado, coloquei-o sobre a minha cama e fui abrindo devagar e à medida que eu o desenrolava e os traços iam aparecendo eu me reconhecia ali, alguns aspectos do meu rosto mais acentuados, afinal era uma caricatura minha, abri um sorriso ao ver em meu pescoço a gargantilha e tinha mais, preso a ela um H todo estiloso, não teria nenhum problema de colocar num quadro fixo numa parede, H de Hunter meu Dono, H de Hugo o Homem e H de Henriqueta a que pertence aos dois.

            E da forma como ele fez o desenho de meus ombros e colo a impressão que fica é que eu estaria posando nua, senti um frisson ao pensar nisso, meu corpo reagiu, engraçado como tenho sentido prazer em estar ou parecer que estou em situações que outros possam me ver nua, será que sou mesmo uma exibicionista? Logo eu que tive sempre uma série de vergonhas do meu corpo.

            Fiquei olhando aquele desenho, tirei a blusa e o sutiã, peguei um dos pingentes, prendi o H à gargantilha e a coloquei no pescoço, fui para diante do espelho, é eu poderia ter posado assim, se os traços do artista tivessem descido um pouco mais mostraria meus seios.

            De imediato senti-os arrepiarem, os toquei e em minha memória a lembrança dos dedos dele tocando-os apertando-os, é estranho como eu pude ter sentido prazer e tê-los apertados por ele e como forma de um castigo, mas acho que o prazer veio de saber que eu merecia o castigo, prefiro usar essa palavra, apesar dele preferir disciplinação, e ter conseguido mostrar a ele que eu conseguia suportar o castigo por ele.

            Logo tudo o que aconteceu naquele dia começou a voltar à minha mente enquanto eu olhava para o desenho sobre a cama e para o espelho à minha frente, me sentia arrepiar por inteira e foi me surgindo à cabeça uma ideia louca, fui até a pequena dispensa, peguei a embalagem de café, ele vem dentro de uma espécie de papel laminado dourado, com uma tesoura recortei um H, tirei o pingente que eu havia preso à minha gargantilha e coloquei no lugar o feito por mim, claro que nem se comparava, mas na minha ideia eu precisa de três.

            Prendi os pingentes nos bicos, que naquele instante estavam tão duros que furariam qualquer coisa. Olhei para o espelho e disse para mim mesma. Você está vendo Vivienne? Olhe bem só eu tenho isso, só eu posso usar o H de meu Dono e posso usar três letras H. Sou a Henriqueta do Hugo Hunter – Henriqueta a senhora do lar – Hugo que é o espírito, coração, mente – Hunter que é o caçador. E com isso eu sou a senhora do lar do espírito caçador. Sou a única.

            Fui ficando cada vez mais excitada, sentindo-me cada vez mais poderosa, ter enfrentado-a da forma como a enfrentei me fez muitíssimo bem, terminei de retirar toda a minha roupa, nua diante do espelho eu me admirava, sentia prazer em ver-me daquela forma, fiz várias e várias poses como se estivesse posando para um quadro, um quadro mandado pintar pelo Dono para enfeitar a alcova ou mesmo a sua masmorra.

            Transportava-me para outras e épocas, mas sempre como a senhora do lar do espírito caçador, em uma das poses eu cobria um dos seios e meu sexo e com meu dedo senti o quanto eu estava molhada, eu me excitei por conta de tudo isso e preciso satisfazer-me, mas Dono não está aqui, não pedi permissão a ele. Mas acordamos que se eu tivesse vontade que deveria pedir a ele, mesmo que por uma mensagem e que faria se ele permitisse ou não, mas como em certas ocasiões ele poderia receber a mensagem e não ter condições de responder-me eu deveria esperar um pouco e não tendo resposta estaria liberada para fazer, com a obrigação de contar-lhe tudo depois.

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