Joyce me atormentou o tempo todo, sempre que podia falava do meu professor velho, eu estava irritada com ele, com o que fez comigo, mas não gostava quando ela o ridicularizava, não sabia o que surgia dentro de mim, mas eu não gostava mesmo. Cansei de ficar ouvindo-a, dei a desculpa que tinha que ir para casa, adiantar o meu trabalho.
- Tudo bem Queta, vou fazer de conta que eu acredito nisso, sei bem por que quer ir para casa.
- Tem certeza que sabe?
Olhei para ela com a cara mais enigmática que eu pude fazer.
- Amanhã você me conta seu eu tinha razão ou não.
Despedimos-nos ali e fomos cada uma para sua casa. Logo que cheguei fui para o meu quarto tirei a blusa e a saia, me olhei de costas para o espelho,
me senti bonita, me senti desejada, sim eu estava sentindo que havia sido desejada, acintosamente, maliciosamente debochadamente desejada e estava gostando disso, indo contra tudo o que eu pensava e que ainda penso, mas que mal tem uma vez ou outra sentir-se assim?
Comecei a passar as mãos pelo meu corpo, sentindo cada uma de minhas curvas, não estava me preocupando se tinha uma gordurinha aqui ou ali, se os seios estavam firmes, se as coxas estavam muito grossas, mas teve uma coisa que não gostei e não gostei mesmo, os pelos em minha virilha, sempre tive dificuldade com depilação, odeio sentir dor, só de pensar já estou me arrepiando toda, durante muito tempo eu optei por raspar, mas depois comecei a ter alergia, achei que a pele estava ficando mais escura, ficavam bolinhas e sempre tinha pelos encravados.
Nesses últimos oito ou nove meses eu não me incomodei com isso, será que não tem mais tempo? Pode ser que tenha sim. Procurei olhar para outras partes de meu corpo, soltei o sutiã, assim que se viram livres os bicos apareceram duros, eu os toquei com as pontas de meus dedos, deslizei-os ao redor das aréolas, acho que é um dos pontos mais sensíveis de meu corpo, gostei da sensação, continuei a brincar comigo mesma, levei as mão por baixo dos seios, os levantei vi pelo espelho como cada um dos pelos dos meus braços estavam arrepiados a penugem que desce do meu umbigo também.
Foi inevitável não separar minhas pernas, passei as mãos em minhas nádegas, assustada olhei para trás, tinha a nítida sensação de que me olhavam, me senti observada, mas atrás de mim apenas o espelho, sorri ao imaginar que olhos poderiam estar me olhando, olhando para meus quadris, a bunda cheia, como se estivesse me apresentando para alguém comecei a fazer a calcinha deslizar, fazia movimentos sedutores, baixava devagar, fui me excitando cada vez mais, comecei a imaginar Hugo sentado, uma sala com móveis antigos, madeira escura, ele numa poltrona de costas altas, o estofamento de couro marcado pelos anos de uso, parecia um trono, os pés eram patas de leão, as garras à mostra.
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Correntes de uma Libertação
Chick-LitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...