Bem cedinho sou despertada por ele que solta a corrente que me prendia, passo as mãos em meu tornozelo, senti algum desconforto, lá fora ainda parece ser noite, tomamos café.
- Minha menina nós precisamos ir.
Ele está de calça de moletom, não combina com ele apesar de saber que ele está indo para sua atividade física aquela roupa folgada daquela forma não combina mesmo, eu visto a calça comprida que ganhei assim como o conjunto de lingerie preto e a blusa, se não der tempo de passar com folga em casa já estou pronta para ir para Universidade.
Pego minha malinha e quando estamos quase saindo ele me entrega o canudo com o desenho que o artista fez.
- Olhe só quando estiver em casa e com tempo.
- Pode deixar Dono.
Despedimos-nos e vou em direção contrária a ele, olho algumas vezes para trás e o vejo afastar-se rapidamente com seus passos rápidos, vou para o metro a mala que puxo pela calçada me faz lembrar que não estou acordando de um sonho.
Assim que piso na plataforma e vejo que em dois minutos a próxima composição está chegando eu pego meu celular na bolsa, não pego nele desde que ele me ligou mandando-me ir encontra-lo, toco para abrir, mas vejo que está sem bateria, nem me lembrei dele esses dias todos. Chego a minha casa em Greenwich com ainda uns trinta e cinco minutos de tempo, vou procurar imediatamente o carregador do celular, espero uns minutinhos para poder liga-lo.
Quando vou olhar o WhatsApp vejo que tem 8 mensagens só da Joy, mais três ligações dela e duas de minha mãe, meu coração dispara pois acabo de lembrar-me que pedi à Joy para ver como está tudo em casa e ela me disse que almoçaria no sábado com meus pais, para ter me mandado tantas mensagens e ter ligado é porque alguma coisa não está bem.
Assim que consegui ligar meu celular tento falar com a Joy, mas ela não atende a minha chamada pelo WhattsApp, resolvo ligar para a minha mãe, mas ela também não atende, começo a ficar muito nervosa e receosa de algo possa ter acontecido, digito mensagem para a Joy.
- Oi Joy, estava em Paris fiquei sem contato telefônico, vi que você e mamãe me ligaram, está tudo bem? Assim que puder me liga, estou indo para a Universidade e lá tenho acesso ao Whatt o tempo todo, liga assim que ver essa mensagem, beijo.
Já não tenho mais tempo, quero chegar logo à minha sala, eu e Arushi ficamos de conversar logo cedo sobre os novos passos da pesquisa, sobre as minhas sugestões. Saí correndo e só no meio do caminho lembrei-me do canudo que ele havia me dado e dito para abrir quando estivesse sozinha, bem como ele não disse assim que eu chegasse a casa fico mais tranquila, vou ficar na curiosidade mais um pouco, mas agora não saber notícias de casa está me preocupando muito.
- Bom dia Henriqueta.
- Bom dia Arushi.
- Que linda gargantilha.
Enrubesci na hora, levei a mão a ela.
- Obrigada, é bonita mesmo.
Gaguejo um pouco, sinto-me desconfortável.
- Você ruborizou não me vai dizer que foi presente e de alguém especial.
- Foi um presente sim, mas nada demais, tem tempo isso.
- Hummmm, eu acho que tem alguma coisa aí, mas se não quer ou não pode me contar, vamos trabalhar, passei o final de semana estudando e pensando em sua proposta de linha de trabalho e acho que o caminho pode ser esse mesmo, talvez precisemos elaborar um pouco mais para podermos levar à apreciação do Professor Hunter.
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Correntes de uma Libertação
Chick-LitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...