Ver Henriqueta afastando-se ao nos despedirmos me fez pensar seriamente se estou certo ou não, fiquei por alguns instantes vendo-a caminhar, não posso negar que apreciei ver o movimento de seu quadril, ao toca-l quando nos despedimos eu senti que ela estava sem calcinha, mas por qual motivo? Certamente que não foi para mim, pelo menos não com a intenção de algo comigo, talvez por ter usado-a durante o dia de ontem.
Eu esperava uma reação dela de negação eu já sabia do histórico dela, mas acho que eu não esperava uma tão exacerbada, mas espero que ela pense na minha pergunta, que procure se desarmar para poder me responder com clareza e com sinceridade.
Estava eu com minhas divagações quando o Christopher me ligou e ele queria saber como havia sido meu encontro com Henriqueta, contei-lhe por alto o que eu vinha percebendo e ele acabou convidando-me e à minha pretendente, esse foi o termo usado por ele para um jantar em sua casa para o próximo final de semana o que muito polidamente recusei com uma desculpa plausível e sugerindo a ele a outra semana uma vez que já teria tido um outro encontro com Henriqueta, mesmo que apenas em caráter profissional, mas frisei a ele que eu acreditava ser muito importante para uma descoberta e aceitação por parte dela o contato com outras pessoas que vivenciam nosso mundo.
Ficamos de conversar mais amiúde no próximo encontro da confraria que está marcado para ser na quinta-feira desta semana. Após despedir-me e agradecer a atenção de Christopher eu voltei a pensar em Henriqueta, procurei repassar ponto a ponto tudo o que havia me atraído a ela, os motivos que me levaram a percebê-la como submissa o que realmente tinha me chamado a atenção como Dominador para ela, certamente que não foi a primeira visão da mulher em si, está claro para mim que não foi o homem que olhou para ela abaixada após um esbarrão.
Em casa sentado em minha poltrona comecei a conversar comigo mesmo, gosto de em momentos cruciais, momentos em que tenho caminhos distintos a seguir ter uma interlocução comigo mesmo, é como quando jogo xadrez contra mim mesmo em que eu penso cada lance tentando ao máximo dificultar a vida de meu adversário que na verdade sou eu mesmo, eu sei que sou competitivo, sempre o fui. É Hugo você se encontra em uma encruzilhada e tem que escolher qual caminho seguir, investir em uma mulher que você percebeu submissão nela e que apesar de esperada teve uma reação bem refratária quando foi apresentado a ela o que se quer dela, ou seguir o caminho de encontrar uma que já tendo se descoberto como submissa e aceitado-se como tal e que sabe muito bem onde encontrar.
Bem eu sei do desafio que a primeira opção me trás e estou disposto a arriscar-me nele pelo menos para que eu reveja ou não os meus conceitos e parâmetros de avaliação ao tentar reconhecer uma submissa. A segunda opção, tenho que confessar que nesse momento, não me atrai, se eu estivesse em busca dessa facilidade de ter uma submissa por ter eu já teria trilhado esse caminho Vivienne seria um exemplo disso, uma submissa que tem postura acostumada com o meio que frequento, assim como outras que conheço ou poderia vir a conhecer, não que eu ache que num estalar de dedos eu teria uma submissa aos meus pés, se bem que essa não é uma hipótese implausível, pelo contrário.
Mas o que eu quero nesse momento é descobrir uma pedra bruta, ou melhor mais do que isso eu quero garimpar essa pedra bruta, escava-la, descobri-la, arranca-la do seu nicho da escuridão do fundo de uma mina, apresenta-la à luz, estudar seus pontos de polimento, determinar sua forma, eu quero moldar uma submissa para ser a minha submissa da forma como sei e quero que uma deva ser, como se portar independentemente de onde esteja diante de quem for não importa se num belo vestido de gala com uma coleira social de esmeraldas ou completamente nua portando sua coleira de sessão, quero-a em todas as situações altiva e realizada, quero-a com opostos ao mesmo tempo a Dama e a Puta e ambas com letra maiúscula.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Correntes de uma Libertação
Chick-LitUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...